Essa é a versão antiga do site do ISA que ficou no ar até março de 2022. As informações institucionais aqui contidas podem estar desatualizadas. Acesse https://www.socioambiental.org para a versão atual.
Novo site de Unidades de Conservação apresenta a maior base de dados consolidados sobre o tema no Brasil. Confira
A maior base de dados consolidados sobre Unidades de Conservação (UCs) no Brasil está de cara nova. Nesta sexta-feira, 29, o Programa Monitoramento de Áreas Protegidas do Instituto Socioambiental (ISA) lança novo site sobre o tema, reunindo informações sobre aproximadamente 1000 UCs federais e estaduais no Brasil.
“Em um momento em que vários espaços de participação social estão fragilizados, uma plataforma cujo intuito é ser um observatório da sociedade civil torna-se ainda mais importante. A disponibilização de dados consistentes, contínua e transparente são indispensáveis para o acompanhamento e avaliação das políticas públicas”, afirma Silvia Futada, pesquisadora do programa de Monitoramento de Áreas Protegidas do ISA. O site é o único no Brasil que reúne um painel consolidado de UCs federais e estaduais, gerado a partir de base cartográfica própria, o que permite uma visão geral da implementação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
O site anterior, lançado em 2007, passou por várias versões, sempre ancoradas no Sistema de Informações de Áreas Protegidas (Sisarp) do Programa Monitoramento. A base é alimentada diariamente com informações pesquisadas nos diários oficiais da União e dos estados da Amazônia Legal. Também conta com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Agência Nacional de Petróleo (ANP), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) etc.
O Sisarp conta hoje com cerca de 200 mil notícias relacionadas a UCs, TIs (Terras Indígenas), Territórios Quilombolas e outros temas da agenda socioambiental coletadas diariamente em mídias nacionais e regionais. “Conciliar diversos conjuntos de informação em um design fluido que permita às pessoas ter graus diferentes de experiência, desde um usuário curioso até as pessoas mais especializadas, é um grande desafio”, atesta João Ricardo Rampinelli, analista e desenvolvedor web. Veja mais detalhes aqui.
“Mantemos uma base cartográfica única, produzida a partir da interpretação dos dados oficiais. Isso demanda uma equipe permanente de técnicos para identificação e interpretação destes ofícios, e correção de possíveis incoerências cartográficas. Nossa base subsidia publicações, alimenta nosso Sistema (Sisarp) e compõe nossos sites. Além disso, é cedida a parceiros, pesquisadores e instituições que trabalham com a temática socioambiental, contribuindo para outras análises.”, complementa Cícero Augusto, assessor de geoprocessamento do ISA.
Uma novidade são as informações sobre as Unidades de Conservação estaduais de todo o Brasil. Até então, os dados sobre UCs estaduais estavam disponíveis apenas para a Amazônia Legal. “Ao disponibilizar as informações que temos, contamos com a participação dos gestores, comunitários, pesquisadores, usuários das UCs que conhecem muito bem suas particularidades e desafios. A contribuição dessas pessoas na complementação das informações gera um painel vivo, participativo e diverso.”, acrescenta Beatriz Moraes, pesquisadora do ISA, também envolvida no projeto, reforçando a importância de uma rede participativa da sociedade civil.
Além da novidade, a nova versão da plataforma apresenta conteúdos e informações gráficas em formato atualizado, como por exemplo, o painel de dados. Nele, é possível checar dados sobre as diversas categorias de UCs federais e estaduais, separados por biomas, unidades da federação, bacia hidrográfica e fitofisionomia. Também traz gráficos sobre temas como desmatamento e mineração.
O painel indica que mais de 80% do desmatamento acumulado na Amazônia ocorre fora de áreas protegidas e apenas 1% em Unidades de Conservação de proteção integral. Também apresenta dados exclusivos sobre requerimentos minerários em UCs. Nas federais, o ouro é o mineral mais cobiçado e, no caso das estaduais, areia e ouro.
Hoje, todos esses processos estão sob análise da Agência Nacional de Mineração (ANM), aguardando a regulamentação de um dispositivo constitucional.
O site permite que o usuário pesquise as UCs por meio de vários filtros, como categoria, bioma, bacias hidrográficas, Estado e município. Também apresenta um mapa interativo com todas as UCs distribuídas pelo Brasil, bem como outras informações cartográficas - como focos de queimadas, mineração e desmates e outras áreas protegidas - que podem ser visualizadas acionando controles no próprio mapa.
O site já era fruto de intensa colaboração. Depoimentos e artigos dos principais pesquisadores da área, textos sobre governança e políticas públicas e biodiversidade, além de fotos e uma seção que reúne as principais notícias sobre UCs em todo o Brasil são outros conteúdos que o usuário pode acessar na plataforma.
A Fundação Moore foi indispensável para a realização desse projeto, pois o apoiou desde a primeira versão. Conheça o nosso site aqui.