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Acampamento Terra Livre se espalha pelo Brasil e pelo mundo

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Atos no Amazonas, Roraima e em outros 10 países apoiam movimento indígena em Brasília

Na semana em que o Acampamento Terra Livre ocupou as ruas de Brasília, manifestações em outras partes do país e do mundo deram um alerta sobre o ataque aos direitos dos povos indígenas sob o atual governo.

Em Roraima, os indígenas fizeram a sua própria versão do ATL. Em Boa Vista, os indígenas lotaram a Assembleia Legislativa, reivindicando direitos adquiridos na Constituição de 1988. O lema foi "Nem um direito a menos, agora é vai ou racha". Todas as lideranças tiveram oportunidade de falar. O yanomami Mozarildo leu a carta de associações yanomami repudiando declarações anti-indígena do presidente Bolsonaro e reafirmando a posição contrário a garimpo.



Já em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, indígenas também foram às ruas para apoiar o ATL. Em documento, eles apoiaram as pautas do ATL nacional. Entre elas, o fortalecimento da Fundação Nacional do Índio (Funai), esfacelada depois que foi retirada do Ministério da Justiça e que as demarcações de terras indígenas foram transferidas para o Ministério da Agricultura.

Em outras cidades do mundo, manifestantes também saíram em apoio à pauta indígena no Brasil. Atos foram registrados em ao menos 10 países (Argentina, Bélgica, Alemanha, Holanda, Noruega, Itália, Israel, Suécia, Áustria, Estados Unidos).



Outro evento importante que ocorreu durante a semana foi o Fórum Permanente sobre Questões Indígena das Nações Unidas (ONU). No fórum, que ocorreu em Nova York (EUA), indígenas denunciaram os ataques que vem sofrendo. “Enquanto esperamos as demarcações das nossas terras, tiram nossas vidas. Câmeras nos vigiam, se entrarmos na propriedade do fazendeiro pra pescar ou caçar, só sai o corpo de cada jovem que lá entra”, afirmou Erileide Domingues Guarani Kaiowá no evento (veja aqui).

Diversas lideranças indígenas deram seus depoimentos no Fórum, incluindo Sonia Guajajara, da coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). A liderança afirmou às Nações Unidas que a democracia no Brasil “está sangrando, a terra está gritando e as pessoas não estão conseguindo fazer a conexão com a Mãe Terra”. Sônia frisou o caráter autoritário do governo Jair Bolsonaro e as posições públicas do presidente que negam os direitos e a existência dos povos indígenas.

“Isso se mostra no discurso dele (Bolsonaro) do assimilacionismo dos povos indígenas à sociedade, que é o nosso desaparecimento. Sem direitos, fora das nossas terras para serem devastadas pela mineração e agronegócio, e a gente servindo de mão de obra barata nas cidades ou nas fazendas”, destaca. Leia aqui.



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