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Por Evilene Paixão
A Diocese de Roraima, movimentos sociais e organizações humanitárias se despediram nesta terça-feira (23/06) da missionária religiosa Telma Cristina Lage dos Santos, de 49 anos, vítima da Covid-19. Irmã Telma, como era carinhosamente conhecida, nasceu em Minas Gerais e chegou a Roraima em 2013. Telma era uma mulher atuante, guerreira e sempre esteva à frente de ações em defesa da justiça e do bem comum.
O cortejo fúnebre percorreu as periferias de Boa Vista, pois foi ali, às margens, que irmã Telma se instalou e atuou em muitas comunidades católicas. No entanto, sua atividade ia muito além das paredes das igrejas: irmã Telma, que era advogada, se envolveu nas causas sociais como coordenadora do Centro de Migrações e Direitos Humanos da Diocese de Roraima e, nos últimos anos, junto a migrantes e refugiados venezuelanos e haitianos.
Irmã Telma também era membro da Rede Eclesial Panamazônica (REPAM) e recentemente foi eleita assessora da Pastoral da Juventude no Regional Norte 1, com atuação no Amazonas e em Roraima. Mulher apaixonada, alegre, sensível e ao mesmo tempo indignada com as injustiças sofridas pelos excluídos, irmã Telma assumia suas dores, atuando e os orientando juridicamente.
A missionária se junta às mais de 500 mil vítimas da Covid-19 em todo Brasil. Irmã Telma Lage, que já havia tomado a primeira dose de vacina, não morreu somente pelo vírus, mas por culpa de um governo que, desde o início da pandemia, negou a ciência, a vacina e fez o possível para boicotar as medidas de segurança sanitária para conter o coronavírus.
Irmã Telma deixa seu carinho, luta, ternura e indignação. Sua memória permanecerá viva nas sementes de resistência que plantou nestes rincões.