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Cooperativa quilombola e Museu Afro Brasil lançam campanha para alimentar a periferia de SP

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Por Andressa Cabral Botelho

Desde maio de 2020, a Cooperativa dos Agricultores Quilombolas do Vale do Ribeira (Cooperquivale) se organizou para manter a geração de renda das comunidades e minimizar a situação de fome em algumas localidades no estado de São Paulo.

Agora, o Museu Afro Brasil se une à Cooperquivale por meio de uma campanha de arrecadação para possibilitar que os alimentos das roças quilombolas continuem chegando às casas de pessoas em situação de vulnerabilidade social na periferia de São Paulo.

A meta é arrecadar R$ 50 mil e comprar 10 toneladas de alimentos da roça quilombola e da pesca caiçara e distribuí-los na favela Jardim São Remo, na zona oeste da capital paulista.

As doações podem ser feitas até 9 de janeiro de 2022 pelo site da Benfeitoria. É possível colaborar com valores a partir de R$ 20, com recompensas. A ação tem apoio do Sistema Estadual de Museu de São Paulo (SISEM – SP), um dos gestores do Museu Afro Brasil.



A instituição promove a preservação do patrimônio cultural brasileiro, africano e afro-brasileiro. Firmar essa parceria com os quilombos do Vale do Ribeira é uma forma de reforçar os valores do museu como agente de valorização desses territórios e do Sistema Agrícola Tradicional Quilombola (SATQ), reconhecido desde 2018 como patrimônio imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Diante do cenário, onde 19 milhões de brasileiros estão passando fome, de acordo com dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, é necessário e urgente que as doações aconteçam. Desta forma, colaborar com a campanha é fazer com que alimentos saudáveis, livres de agrotóxico e também repletos de ancestralidade cheguem a quem mais precisa neste momento.

Por que doar?

Antes da pandemia, a maior parte da comercialização realizada pela Cooperquivale era destinada aos mercados institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Ministério da Educação (MEC).

Com o início da crise sanitária em março de 2020, as prefeituras de São Paulo, Santos, Santo André e Cajati, que recebiam os alimentos destinados às merendas escolares, suspenderam os contratos de entrega e os governos federal, estadual e municipal não pensaram em nenhuma alternativa para manter o acordo firmado anteriormente.



As parcerias com organizações da sociedade civil foram fundamentais para criar novas alternativas de distribuição de alimentos e gerar renda. O Instituto Socioambiental (ISA), parceiro da Cooperquivale, fez uma reestruturação interna de seus projetos desenvolvidos junto a organizações internacionais para possibilitar, inicialmente, a compra dos alimentos da Cooperquivale para doação.

Cooperquivale e ISA construíram, então, um Plano Emergencial para adotar protocolos de segurança e planejar ações de enfrentamento à Covid-19 nos territórios, organizando custos de manutenção da cooperativa e fazendo um levantamento de organizações e localidades que precisavam de alimentos e planejamento da distribuição. Com isso, mais de 34 mil pessoas de Eldorado, Iporanga, Cananéia, Jandira, Embu das Artes e São Paulo puderam se alimentar durante a pandemia.

Até o momento, mais de 350 toneladas foram doadas.

Assista ao filme que conta essa história:

As ações de distribuição de alimentos são uma realização das Associações Quilombolas, Cooperquivale e ISA, com a parceria com Coordenação Nacional das Comunidades Negras Quilombolas (Conaq), Instituto Linha D’Água, Associação dos Moradores da Enseada da Baleia, Instituto Brasil a Gosto, Equipe de Articulação e Assessoria às Comunidades Negras do Vale do Ribeira (Eaacone), Prefeitura de Eldorado, Prefeitura de Iporanga, Prefeitura de Cananéia, Prefeitura de Jandira, Prefeitura de Embu das Artes, ONG Bloco do Beco, Associação de Moradores do Jardim São Remo, Associação de Moradores da Vila Brasilândia, Grupo Conexão Petar e Associação Mulheres Unidas por uma Vida Melhor (Amuvim). As ações recebem apoio da União Europeia e Good Energies.

Imagens: 

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