Essa é a versão antiga do site do ISA que ficou no ar até março de 2022. As informações institucionais aqui contidas podem estar desatualizadas. Acesse https://www.socioambiental.org para a versão atual.
O Parque Nacional do Iguaçu criado em 1939 localiza-se no estado do Paraná e é o segundo parque mais visitado no país. A principal razão de atrair tantos visitantes é as Cataratas do Iguaçu, uma das novas sete maravilhas da natureza segundo consulta popular publicada em 2012.
Nos últimos dias, o aumento das chuvas na região fez com que as Cataratas alcançassem novo recorde de volume de água. Segundo informações do Jornal O Globo, as Cataratas não tinha um volume tão grande de água há 31 anos.
Esta região conserva uma extensa área de Mata Atlântica preservada e por este motivo, foi tombada em 1986 como Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação e Cultura (Unesco).
Apesar de suas riquezas naturais e da preservação da região, o parque sofreu com os impactos da construção da rodovia PR 495, que por força de lei foi fechada, mas cuja reabertura se discute atualmente. A proposta consta do Projeto de Lei 61/2013, de autoria do deputado Assis do Couto (PT-PR), tramitando hoje no Senado com a pretensão de reabrir a rodovia, também conhecida como a Estrada do Colono, que corta o parque num trecho de aproximadamente 18 km. O agravante é que o projeto não ameaça apenas o Parque Nacional do Iguaçu, mas durante sua tramitação na Câmara o relator Nelson Padovani (PSC-PR) acrescentou uma emenda que altera a Lei 9.985/2000, do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), criando a figura da “estrada-parque”, o que pode representar uma abertura para lograr todo o conjunto das unidades de conservação brasileira.
A justificativa para o projeto de liberação da estrada é o transporte de pessoas e produtos agrícolas, o benefício proposto não contrabalança os pontos negativos dos impactos que abrangem áreas enormes. Um dos choques ambientais diz respeito à fragmentação de habitats e efeito de borda gerador do desaparecimento de várias espécies, como por exemplo, a onça pintada que nos últimos 20 anos decaiu sua população de 140 para 18 indivíduos, entre outras consequências tais como: a invasão de espécies exóticas, compactação do solo, assoreamento e contaminação dos corpos hídricos, o aumento de atropelamentos dos animais e a extração do palmito Jussara que praticamente não existe mais no Paraná. O risco não está apenas em uma das áreas mais importantes para a conservação da Mata Atlântica, mas para o bioma mais ameaçado do País.
Veja mais artigos a respeito do Parque:
http://www.socioambiental.org/pt-br/tags/estrada-do-colono