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Rede de Sementes do Xingu e Unemat promovem intercâmbio com foco no controle de qualidade

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Danilo Urzedo e Rafael Govari

Para crescer é preciso investir constantemente em qualidade, desde a coleta até a comercialização de sementes. Por isso, no fim do mês de maio foi realizado o Intercâmbio de Qualidade de Sementes na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Nova Xavantina-MT. Para fortalecer a troca de saberes e aprendizados sobre qualidade, o evento, realizado no Laboratório de Qualidade de sementes da universidade contou com a participação de cerca de 100 coletores, técnicos, pesquisadores, alunos e professores.

Durante as oficinas, cursos e grupos de trabalho foram identificadas experiências de técnicas e tecnologias para aperfeiçoar o controle de qualidade de sementes florestais e buscar uma estratégia para a Rede de Sementes do Xingu. Durante o encontro foi bastante destacada o papel dos alunos bolsistas e da professora Mariney de Menezes, coordenadora do laboratório, para garantir a qualidade das sementes da Rede.

Os coletores tiveram a oportunidade de conhecer os testes realizados no laboratório e compreender como as atividades de campo podem afetar a qualidade de sementes. O objetivo dos testes é avaliar parâmetros técnicos das sementes. Paralelamente, são realizadas pesquisas acadêmicas. São os coletores que, de fato, garantem a qualidade das sementes e o laboratório atesta e qualifica. Os resultados mostraram a importância da integração de saberes para, além de atingir as obrigações da legais, construir uma gestão participativa da qualidade da Rede.


A opinião dos pesquisadores


Márcia Figliolia

Para a pesquisadora do Instituto Florestal de São Paulo, Márcia Figliolia, o trabalho desenvolvido pela Rede de Sementes do Xingu é bem particular: “Difere um pouquinho do trabalho das outras redes, porque é mais complexo e envolve muitos mais personagens. O papel da Rede é fundamental, por estar contribuindo com a conservação de espécies locais e, é tão importante, que cada vez mais ela vai se somando e aumentando”.

Ingo Isernhagen
O pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Ingo Isernhagen, disse que o trabalho da Rede é singular no Brasil: “É um trabalho de referência, fantástico. Eu cheguei no Mato Grosso em 2010 e tenho percebido como cada dificuldade tem sido vencida. Cada uma das etapas vem sendo vencida com bastante propriedade. Esse trabalho todo nos dá uma noção do quanto ainda é preciso pesquisar da nossa flora. Então, nos dá uma noção da cadeia completa”.

Fábio Socolowski
Conforme o pesquisador Fábio Socolowski, que trabalha em um convênio da Embrapa, UFG e Serra do Facão, a Rede promove a técnica de plantio direto de florestas: “Através desse intercâmbio recebi um aprendizado muito forte na área de semeadura direta. O que eu vi é que parece uma técnica promissora, que apresenta resultados com qualidade de desenvolvimento das plantas, coisa que a gente não observa com os métodos tradicionais de plantio”.

Fatima Piña-Rodrigues

Para a professora da UFSCar, Fatima Piña-Rodrigues, a Rede de Sementes do Xingu vem fazendo um trabalho precursor. “Tudo o que ela faz é inovador e ela sempre carrega os outros no sentido de ser um exemplo. Além disso, conseguiu um processo de organização inédito e, principalmente, um processo de distribuição em toda a região em que está atuando. Isso é muito raro dado a extensão da área”.

Mariney Menezes
A professora Mariney Menezes da Unemat aponta muitos benefícios com a parceria entre a Rede e o laboratório de qualidade de sementes: “Para a Rede o trabalho no laboratório traz mais conhecimento sobre as sementes coletadas. Através dos laudos de análises dessas espécies, vamos ter uma garantia melhor dessas sementes”.