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Publicação “A queda do céu” revela o pensamento do povo Yanomami

A partir de relatos de Davi Kopenawa, xamã e líder dos índios yanomami, nasceu o livro que será lançado em São Paulo na próxima terça-feira, 1º de setembro. A Queda do Céu é o testemunho da cultura de um povo, além de ser um manifesto xamânico e um grito de alerta vindo do coração da Amazônia
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Com 720 páginas, A queda do céu, Palavras de um xamã yanomami, será lançado pela editora Companhia das Letras na Livraria Cultura, em São Paulo, no próximo 1º de setembro. Foi escrito a partir de relatos de Davi Kopenawa, recolhidos em língua Yanomami pelo etnólogo Bruce Albert. Ambos são amigos há mais de 30 anos. O líder Yanomami relata sua história e suas meditações de xamã frente ao contato predador dos brancos com o qual seu povo teve de se defrontar depois dos anos 1960. Ao final, Davi alerta em tom profético que quando a Amazônia sucumbir à devastação desenfreada e o último xamã morrer, o céu cairá sobre todos e será o fim do mundo.

O livro é composto de três partes: a primeira, "Tornar-se outro", retrata a vocação de xamã de Davi desde a infância até sua iniciação na idade adulta. Descreve a riqueza de um saber cosmológico secular adquirido graças ao uso de alucinógenos. A segunda parte, denominada “A fumaça do metal”, relata por meio de sua experiência pessoal, não raro dramática, a história do avanço dos brancos sobre a floresta – missionários, garimpeiros e estradeiros – e sua bagagem de epidemias, violência e destruição. Finalmente, a terceira parte, “A queda do céu”, refere-se à odisseia vivida por Davi ao denunciar a dizimação de seu povo nas viagens que fez à Europa e aos Estados Unidos. Entremeado por visões xamânicas e por meditações etnográficas sobre os brancos, o relato termina em um profético apelo que anuncia a morte dos xamãs e a “queda do céu” sobre aqueles que Davi chama de “o povo da mercadoria”.


Quem é Davi Kopenawa

Xamã e porta-voz dos índios Yanomami do Brasil , ele nasceu em 1956. em uma comunidade isolada do norte amazônico. Sua família foi morta por uma violenta epidemia de rubéola quando ele tinha 11anos. Vinte anos mais tarde milhares de garimpeiros em busca de ouro invadiram o território Yanomami e desta vez é todo o povo Yanomami que está ameaçado de extinção. Para impedir a tragédia anunciada, Davi se engajou em uma luta ao redor do mundo onde é reconhecido como uma dos maiores defensores da Amazônia e de seus primeiros habitantes. Em 1988, Davi recebeu o Global 500 Award das Nações Unidas e em 1989 o Right Livelihood Award considerado o prêmio Nobel alternativo. Foi condecorado em 1999 com a Ordem do Rio Branco pelo Presidente da República brasileiro e em 2008 recebeu uma menção honrosa especial do prestigiado Prêmio Bartolomé de Las Casas outorgada pelo governo espanhol por sua luta em defesa dos direitos dos povos autóctones das Américas.

Quem é Bruce Albert

Nasceu no Marrocos em 1952, é doutor em Antropologia pela Universidade de Paris X, diretor de pesquisa do IRD (Paris), e defensor da cultura e dos direitos dos Yanomami no Brasil com os quais trabalha desde 1975. A ONG CCPY, que ele co-fundou em 1978, no Brasil, auxiliou Davi na batalha para obter do governo brasileiro o reconhecimento legal do direito de ocupação exclusiva dos Yanomami sobre um território de floresta maior que o de Portugal - a Terra Indígena Yanomami.

Serviço
Lançamento: A Queda do Céu, Palavras de um xamã yanomami

1º de setembro de 2015 (terça-feira)

Livraria Cultura – Conjunto Nacional

Av. Paulista, 2073 – Cerqueira César – São Paulo (SP)

18h às 19h – Bate-papo com o autor no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura
(retirar senha com uma hora de antecedência)

20h – Sessão de fotos com Davi Yanomami na livraria da Cia das Letras, em frente à Livraria Cultura, no Conjunto Nacional

ISA
Imagens: