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Na última segunda-feira (21/9), o Ministério Público Federal (MPF) devolveu aos Yanomami, mais um lote de sangue repatriado dos Estados Unidos, contendo 474 amostras. O sangue, colhido sem autorização dos Yanomamis no final da década de 1960 por pesquisadores americanos, começou a ser repatriado em março e em abril, o povo Yanomami enterrou as primeiras amostras - 2 693 -recebidas em cerimônia fúnebre na região do Tootobi, Terra Indígena Yanomami (saiba mais).
A repatriação das amostras foi possível com a assinatura de acordo entre o MPF/RR e o Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, com intermediação do Ministério das Relações Exteriores, da Câmara do MPF que atua na defesa dos povos indígenas e de comunidades tradicionais e da Secretaria de Cooperação Internacional (SCI). E é resultado de anos de luta do líder Davi Kopenawa com o apoio da Comissão Pró-Yanomami, Instituto Socioambiental (ISA), Indian Law Resource Center (organização de advogados indígenas norte-americanos), MPF e Itamaraty.
Como já havia acontecido em março, este lote também foi entregue pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao líder dos Yanomami, Davi Kopenawa, em cerimônia na Procuradoria-Geral da República. Para os Yanomami, as amostras são os restos mortais de seus parentes e serão enterradas em rituais fúnebres na aldeia , como aconteceu em abril com o primeiro lote repatriado. A coordenadora da Câmara do MPF que atua na defesa dos povos indígenas e de comunidades tradicionais, Deborah Duprat, também esteve presente na cerimônia de devolução do segundo lote de sangue. A expectativa é que outras instituições americanas, como a Universidade de Ohio, em breve, também firmem acordos com o MPF para a devolução das amostras que detêm.
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