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Falta de padronização de INDCs pode gerar dificuldades. Os países da União Europeia juntos, por exemplo, visam reduzir as emissões em 40% até 2030. A base de comparação é 1990, de acordo com as regras da Convenção do Clima. Já os Estados Unidos tomaram 2005 como ano de referência. Sobre isso, o Observatório do Clima em texto sobre as metas para a Conferência de Paris afirma que foi uma “mudança feita deliberadamente para reduzir o tamanho do esforço de mitigação”. Já outros países também usaram anos posteriores a 1990 como referência. O Japão, por exemplo, está utilizando 2013. O Brasil ainda não apresentou suas metas. A grande imprensa dá conta de que a presidente Dilma fará isso em discurso na ONU, em Nova York, neste domingo, 27, e que as INDCs serão ambiciosas. A conferir!
Algumas INDCs são muito mais ambiciosas do que outras! Etiópia e Gabão, por exemplo, se propuseram a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 64% e 50%, respectivamente. As Ilhas Comores foram ainda mais longe: se dispõem a diminuir as emissões em 84%. Os países em desenvolvimento listados contribuíram menos para o aquecimento global do que os desenvolvidos e, ao mesmo tempo, se comprometeram a reduzir mais suas emissões até 2030, em níveis relativos. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o pesquisador do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), Pedro Soares, disse que as nações podem se beneficiar desta ambição: “Imaginamos que é porque eles estão esperando atrair com essa meta investimentos para gerar um desenvolvimento mais sustentável. Parece uma boa estratégia”, afirma.