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Taxa de desmatamento na Amazônia brasileira cresce 16% entre 2013-2014 e 2014-2015

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Ministra de Meio Ambiente mostra-se surpresa e culpa estados por aumento de taxa. Anúncio de dado às vésperas da Conferência do Clima coloca em questão posição do Brasil nas negociações internacionais sobre mudança climática
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A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou, ontem (27/11), em Brasília, um aumento de 16% da taxa oficial preliminar de desmatamento da Amazônia, no período entre julho de 2014 e agosto de 2015, na comparação com o mesmo período, entre 2013 e 2014. A área desmatada cresceu de 5.012 quilômetros quadrados para 5.831 quilômetros quadrados. O índice deve ser confirmado no início do ano que vem.

Os estados campeões do desmatamento foram Amazonas, com 54% de aumento na taxa; Mato Grosso, que elevou em 40% o índice; e Rondônia, com 41% de crescimento.

O anúncio fooi feito às vésperas do início da Conferência do Clima de Paris (COP-21), na segunda (30/11). A queda das taxas de desmatamento nos últimos dez anos vinha sendo utilizada como um trunfo pelo governo brasileiro nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas, já que a derrubada da floresta é uma das principais fontes das emissões de gases de efeito estufa no país. O aumento do índice coloca em questão a posição do Brasil nessas negociações.

Izabella mostrou-se surpresa e culpou os governos estaduais. “É incompreensível, pois esses estados receberam R$ 220 milhões do governo federal para modernizar seus sistemas de licenciamento e fiscalização e agora apresentam esse resultado”, afirmou. “Temos que ver o aconteceu.”

Os dados divulgados ontem mostram um retorno dos grandes desmatamentos, ao contrário dos últimos anos, quando prevaleceram pequenas derrubadas da floresta. Esse fato parece confirmar que a fiscalização vem falhando, pois, segundo técnicos do governo, nos últimos anos os polígonos dos desmates teriam sido reduzidos justamente para evitar as operações dos órgãos ambientais.

Outra informação divulgada pelo Ministério de Meio Ambiente é que houve um acréscimo na supressão de vegetação ao redor de áreas protegidas, principalmente Terras Indígenas. “É indício de esquentamento de madeira", avaliou a ministra. Ela refere-se à retirada de madeira ilegal que se vale de documentos válidos para viabilizar sua comercialização. De acordo com as informações, o desmatamento segue vinculado à expansão da pecuária.

Outra questão que chama a atenção é que está sendo observada uma alta na taxa do desmatamento em meio à crise econômica. No passado, o crescimento dessa taxa esteve, em geral, associado ao aquecimento da economia.

Oswaldo Braga de Souza
ISA
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