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O momento é delicado e também oportuno para os povos indígenas no Brasil. Delicado porque estão ameaçados pela iminente aprovação pelo Congresso de uma proposta de emenda constitucional (PEC 215/00) que retira do Poder Executivo e transfere ao Legislativo a prerrogativa de demarcar Terras Indígenas. Oportuno porque poderão denunciar ao mundo que suas terras, que eles protegem e conservam, graças ao seu sistema tradicional de manejo do território, estão sob ameaça, sendo o desmatamento uma das mais importantes delas e uma das causas do aquecimento global.
Assim, um grupo de indígenas vindos do Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, e do Rio Negro, no noroeste amazônico, região transfronteiriça (Brasil, Colômbia e Venezuela) irão mostrar nesse evento, durante a COP-21, como as mudanças climáticas estão interferindo em seus modos de vida.
Os índios do Xingu trazem o filme Para onde foram as andorinhas, onde contam como estão percebendo e sentindo os impactos em sua vida cotidiana, em sua cultura. Já os do Alto Rio Negro, mais especificamente do Rio Tiquié, apresentam uma pesquisa inédita que desenvolveram para identificar com precisão os ciclos de vida de peixes, animais, plantas e cultivos, entre outras atividades de manejo praticadas nas comunidades. Os pesquisadores indígenas vêm coletando informações que podem indicar mudanças climáticas e como elas impactam os ecossistemas locais. O objetivo é conservar a diversidade ambiental da região e favorecer a sustentabilidade das práticas indígenas. Um site, um vídeo e mapas serão apresentados ao público.
Leia aqui um resumo do filme "Para onde foram as andorinhas?". Leia também sobre o calendário que revela os ciclos anuais dos índios do Rio Tiquié, no Alto Rio Negro.
E assista ao trailer do filme Para onde foram as andorinhas, feito em parceria com o Instituto Catitu.
Quando | 1º/12/2015, das 17h às 18h30
Onde | Climate Generations Areas, sala 9, Le Bourget
O filme e o calendário também serão apresentados no dia 3/12/2015, ás 17h, em evento da Fundação Ford, no Point Ephemére, Quai de Valmy, 200.