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Embora a COP-21 só tenha se iniciado oficialmente hoje, 30 de novembro, lideranças indígenas de várias partes do mundo - Papua Nova Guiné, Brasil, Austrália, Equador, Peru, Estados Unidos, entre outros – já estavam reunidas na fria manhã de sábado, 28/11, para participar da Assembleia da recém-fundada Aliança dos Guardiães da Mãe Natureza, promovida pela organização não governamental francesa, Planète Amazone, no Teatro da Reine Blanche, em Paris.
Representantes de organizações da sociedade civil de diversos países acompanharam os debates dos líderes indígenas em torno de propostas que dizem respeito à preservação das florestas, das culturas desses povos e de seus modos de vida. Foram mais de quatro horas de conversa para redigir o rascunho de um documento que está sendo finalizado e será divulgado em breve.
A Aliança foi fundada durante a mobilização indígena em abril deste ano em Brasília por tradicionais lideranças indígenas da Amazônia como Raoni Metuktire, Davi Kopenawa Yanomami, Aritana Yawalapiti, Pirakumã Yawalapiti, Afukaka Kuikuro e Tabata Kuikuro.
Nesta viagem à França, o cacique Raoni está acompanhado por Kanako Yawalapiti, filho de Pirakumã, recém-falecido e pelo cineasta indígena Kamikiá Kisêdjê Suiá, que está registrando a passagem do cacique Kayapó na COP.
Todos os que deram seus depoimentos durante a assembleia chamaram a atenção para o fato de que os povos indígenas representam 370 milhões de pessoas, que vivem em mais de 70 países de cinco continentes, de mais de cinco mil grupos diferentes, que falam mais de quatro mil línguas, grande parte das quais corre o risco de desaparecer antes do fim do século XXI.
Nas tardes dos dias 1º e 2 de dezembro, o Planète Amazone em parceria com o Instituto Raoni, End Ecocide on Earth, Atix, Nature Rights e Amazon Watch entre outras organizações, promove mesas redondas na prefeitura do sexto distrito de Paris, que irão reunir especialistas, pesquisadores e ativistas.Saiba mais
Mairie du 6e arrondissement de Paris
78 rue Bonaparte
75006 Paris
Métro : Saint-Sulpice (4) ou Sèvres-Babylone (10, 12)
Participantes
- Cacique Raoni Metuktire, povo Kayapó, Brasil
- Lino Mamani, Pampallaqta, Peru
- Humberto Piaguaje, povo Secoya, Equador
- Mundiya Kepanga, comunidade Kobe Tumbiali, Papua Nova Guiné
- Kanato Yawalapiti, povo Yawalapiti, Brasil
- Kamikia Kisedje, povo Suya, Brasil
- Antonella Calle, Yasunidos, Equador
- Felicio Pontes, Procurador do Ministério Público Federal, Brasil
- Antonia Melo da Silva, Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Brasil
- Gert-Peter Bruch, presidente do Planète Amazone
- Olivier Petitjean, Observatório de Multinationais, França
- Valérie Cabanes, porta-voz do movimento cidadão End Ecocide on Earth, França
Primeiro dia – terça-feira 1º de dezembro
13h15 – Chegada do público
14h00-14h30 - Abertura
14h30 –15h45 : “Povos indígenas: guardiães dos rios, florestas e das raízes
16h00 –18h30: “O reconhecimento dos direitos territoriais ancestrais: uma solução para proteger a biosfera”
- Segundo dia- Quarta-feira, 2 de dezembro de 2015 -
13h15-14h00 : Chegada do público
14h00-14h15 : Sessão de abertura
14h15 –15h30: “Destruição dos ecossistemas: diante do caos climático”
15h45 –17h00: “As falsas soluções que destróem os povos indígenas e o meio ambiente”
17h15 –18h30: “Do etnocídio ao reconhecimento do crime de ecocídio”