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Fruto da parceria entre o Instituto Socioambiental (ISA) e a Associação Comunidade Waimiri-Atroari (ACWA), a Galeria Amazônica celebra 10 anos de funcionamento com a proposta inovadora de ser uma mistura de loja e galeria de arte. Referência mundial para quem deseja adquirir arte indígena, o espaço já ganhou destaque nas páginas do New York Times e, hoje, soma uma década de trabalho com o nobre desafio de promover alternativas econômicas sustentáveis para os povos da floresta.
Incentivadora do comércio justo (fair trade), a Galeria Amazônica possui 56 fornecedores de cinco estados brasileiros, entre os quais ribeirinhos, caboclos, comunidades tradicionais situadas em unidades de conservação e, sobretudo, povos indígenas. Nenhum outro espaço no Brasil reúne o acervo da Galeria Amazônica tendo o comércio justo como pilar, ou seja, pagando valores dignos aos produtores, evitando atravessadores e a exploração meramente comercial dos produtos que representam a história e a cultura de povos tradicionais.
“A Galeria Amazônica tem o que comemorar aos dez anos de existência. Tratou com dignidade e remuneração adequada a um conjunto expressivo de artistas indígenas e ribeirinhos”, ressalta Beto Ricardo, antropólogo, sócio-fundador do ISA e um dos idealizadores da Galeria Amazônica, junto com Porfírio Carvalho, um dos maiores indigenistas do Brasil, falecido em 2017.
Arte e artesanato indígena de 31 diferentes etnias são vendidos pela Galeria Amazônica. No espaço, o cliente encontra peças dos povos Apurinã, Baré, Baniwa, Corubo, Desana, Hixkaryana, Hupd’äh, Karajá, Kubeo, Marubo, Matis, Mayoruna, Parakanã, Paumari, Piratapuia, Saterê Mawé, Tariana, Tikuna, Tuyuka, Tukano, Xavante, Xerente, Waimiri Atroari, Wai Wai, Wanano, Warao, Warekena, Wayana, Yanomami, Yawalapiti e Ye’kwana.
Alguns desses povos são isolados ou de recente contato, a exemplo dos Corubo e Marubo, da Terra Indígena (TI) Vale do Javari (AM), área de maior concentração de índios isolados no Brasil, e os Hupd’äh, povo de recente contato, moradores da TI Alto Rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira, no noroeste amazônico. Peças raras, originais e de grande valor cultural e simbólico podem ser vistas e adquiridas na Galeria Amazônica.
Algo em torno de mil diferentes artigos são vendidos na loja, com destaque para a cestaria, cerâmica, máscaras, biojóias, indumentária, marchetaria, livros, pimenta jiquitaia e camisetas. Além de funcionárias treinadas e que lidam diretamente com os produtores, a Galeria Amazônica preza pela etiquetagem dos produtos trazendo a identificação do material utilizado, localização, nome do artista e etnia, no caso dos indígenas. Tudo isso para poder traduzir esse rico universo artístico dos povos tradicionais e indígenas, levando informação para que o consumidor possa conhecer para valorizar.
As mestras Sateré Mawé, especialistas em colares de morototó (biojóias), Sandréia Gonçalves e Francineide Rolim, destacam que a Galeria Amazônica é a única a pagar o valor justo pelas peças que produzem, pois em outros comércios “sempre pedem para baixar o preço”, o que as desmotiva a produzir artesanato, sua única fonte de renda. “A Galeria amazônica vem sendo uma grande parceira nas nossas vidas e é a única que paga bem para a gente. A Galeria também tem uma preocupação de apresentar bem os produtos de cada etnia e assim podemos mostrar a nossa história”, afirma Sandréia, de 33 anos.
Nos dias 18 e 19 de abril, a Galeria Amazônica irá comemorar os seus 10 anos de vida com amigos e clientes. A loja dará 10% de desconto na compra de qualquer produto durante estes dois dias e sorteará livros de temática indígena, como o Povos Indígenas do Brasil (ISA, 2017) e o Waimiri-Atroari: A História que não foi contada (BK Editora, 1992). Vale à pena prestigiar os 10 anos da Galeria Amazônica comprando peças originais e que valorizam a sociobiodiversidade e os povos da floresta. Para maiores informações sobre a Galeria e sobre o aniversário de 10 anos, Confira aqui, aqui e aqui.
Endereço da Galeria Amazônica: Rua Costa Azevedo 272, Térreo, Largo do Teatro, Centro, Manaus (AM). Telefone: (92) 3302-3633
Informações para a imprensa:
Juliana Radler
Jornalista do ISA (Instituto Socioambiental – Programa Rio Negro)
julianaradler@socioambiental.org
(97)99810-44598