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Segunda edição da revista Aru será lançada no Congresso Belém + 30

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Publicação foi editada pelo ISA e pela Foirn e conta com o trabalho de pesquisadores indígenas e não-indígenas sobre a bacia do Rio Negro
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O segundo número da Aru, Revista de Pesquisa Intercultural da Bacia do Rio Negro, Amazônia, será lançada na próxima quinta-feira (9) durante o XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia, que será realizado em Belém (PA), entre 7 e 10 próximos (veja aqui).



Nessa ocasião, estarão presentes cinco pesquisadores indígenas que atuam no projeto de pesquisa e monitoramento ambiental e climático da bacia do Rio Negro, além de pessoas do ISA envolvidas na publicação. Os estudiosos fazem parte de uma rede de 52 pesquisadores indígenas, também conhecidos como Agentes Indígenas de Manejo Ambiental (AIMAs), e que têm produzido a maior parte das pesquisas e textos que compõem os dois primeiros números da revista.

Aru resulta do esforço de uma rede de pesquisadores, indígenas e não-indígenas, dedicada à produção colaborativa de conhecimentos sobre a bacia do Rio Negro. Esta edição apresenta treze textos de diversos autores, sendo que sete deles compõem uma seção especial sobre a agricultura indígena, seguidos por um ensaio fotográfico.




O especial sobre agricultura indígena destaca práticas agroflorestais que são parte central tanto do calendário anual de manejo ambiental, quanto de ciclos muito mais longos de formação das paisagens e distribuição das plantas no território. Os povos indígenas, historicamente agentes no enriquecimento da diversidade de amplas paisagens amazônicas, beneficiam-se desses ambientes para sua sustentabilidade e reprodução sociocultural. Esse legado dos povos que habitam essa região precisa ser melhor conhecido e divulgado.




Os textos destacam o reconhecimento do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro como Patrimônio Cultural do Brasil, um conjunto de práticas e conhecimentos que circulam há gerações. Inclui o cultivo de plantas para alimentação e outras finalidades, processos culinários bastante elaborados, artefatos e instrumentos de trabalho. Apresentam-se ainda resultados qualitativos e quantitativos de pesquisas de médio e longo prazos, acompanhando os ciclos de algumas roças e o cotidiano de quem trabalha nelas. O texto apresenta um destaque ao papel das mulheres indígenas em todo o processo agrícola, desde a preparação das mudas, plantio, manutenção das roças, até a colheita e preparação dos alimentos que vão suprir suas famílias.

Esta edição da Aru inclui também três textos de pesquisadores indígenas do Rio Içana, com a descrição do ciclo anual baniwa, e as práticas de meliponicultura (criação de mel de abelha sem ferrão). Seguem então dois textos curtos, mas bem atuais, sobre as plantas usadas no tratamento da malária ou seus sintomas, e sobre a longa seca que aconteceu no começo desse ano no Alto Rio Negro, levando os rios da região a um nível muito baixo. Nos informes, destaca-se o reconhecimento de um mosaico de áreas protegidas como Sítio Ramsar Rio Negro, o maior do mundo; a criação e atuação da rede de comunicadores indígenas do Rio Negro, ligada à FOIRN e ao ISA; a inauguração da casa de pimenta na comunidade de Canadá, Rio Ayari; e o surto de malária sem precedentes em curso nos municípios de São Gabriel da Cachoeira e de Santa Isabel.

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