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Greve Global promete ser a maior mobilização da história contra as mudanças climáticas

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Pelo menos 40 cidades no Brasil devem ter protestos. A expectativa é de que mais de um milhão de pessoas estejam nas ruas em Nova Iorque.
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Liderada por jovens e estudantes, mas com a adesão de organizações da sociedade civil, movimentos sociais, pesquisadores e até empresas, a Greve Global do Clima, que acontece hoje (20) em cidades de todo o mundo, promete ser a maior mobilização já vista em defesa de ações concretas e imediatas contra as mudanças climáticas (veja vídeo de cientistas brasileiros ao final da notícia).

A expectativa é de que um milhão de pessoas saiam às ruas em Nova Iorque. A Fridays for Future, organização que canalizou as mobilizações em todo o mundo, tem uma lista de 5.225 eventos em 156 países, entre 20 e 27 de setembro. A relação não para de crescer. A 350.org estima que mais de 73 sindicatos, 820 organizações e 2.500 empresas já manifestaram seu apoio às greves. As informações são do jornal El País. As primeiras notícias é de que pelo menos 100 mil pessoas já estejam protestando em cidades como Berlim e Melbourne. No Brasil, já há protestos confirmados em pelo menos 40 cidades (veja programação ao lado). A maior manifestação deve acontecer em São Paulo, na frente do Masp. O ISA vai acompanhar as passeatas em Nova Iorque, São Paulo e Brasília por suas redes sociais.

A greve tem com uma de suas inspirações a jovem sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que começou a protestar na frente do parlamento da Suécia, às sextas, no horário das aulas, exigindo ações de combate às mudanças climáticas, em 2018. Outros estudantes passaram a apoiar os atos, primeiro na Suécia e depois em outros países, e o movimento tomou corpo, ao mesmo tempo que Thunberg tornou-se uma jovem celebridade mundial.

Ela viajou à Nova Iorque, de barco, para evitar emissões de gases poluentes, para participar do protesto de hoje e da abertura da Cúpula de Ação Climática da ONU, que acontece na segunda (23), organizada estrategicamente um dia antes da Assembleia Geral da ONU, na terça (24).

A mobilização mundial acontece quase quatro anos após ter sido fechado o Acordo de Paris, tratado internacional criado para conter o aumento da temperatura global em 2ºC —de preferência em 1,5º C — em relação aos níveis pré-industriais. O acordo não impediu que as emissões e as temperaturas tenham atingido níveis recordes e que fenômenos meteorológicos extremos, como o furacão Dorian, sejam cada vez mais frequentes, nos últimos anos.

A greve global também acontece semanas após o aumento dos focos de queimadas na Amazônia ter chamado atenção da comunidade internacional e se transformado numa crise diplomática para o governo Bolsonaro. O presidente da França, Emmanuel Macron, levou a situação para a pauta da reunião do G7 e chegou a pedir que fosse discutido um suposto status internacional para a região.

Bolsonaro é esperado para a abertura da Assembleia Geral anual da ONU. Sua presença ainda não foi confirmada. Ele foi operado de uma hérnia, decorrente do atentado de que foi vítima na campanha eleitoral, há poucos dias. Se o presidente brasileiro de fato ir à Nova Iorque deverá ser alvo de protestos em função de suas políticas e posições sobre meio ambiente e Amazônia. O ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, já está nos EUA e foi alvo de protestos.

Oswaldo Braga de Souza
ISA
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