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Ribeirinhos, indígenas e agricultores familiares da Terra do Meio (PA) lançam catálogo de produtos ‘Vem do Xingu’

Esta notícia está associada ao Programa: 
Castanha-do-Pará e coco babaçu fazem parte da economia da floresta em pé que alimenta as cidades e fortalece as comunidades membro da rede Origens Brasil®
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Com o trabalho coletivo de indígenas, ribeirinhos e agricultores familiares pela economia da floresta em pé, uma série de produtos alimentícios chegaram ao mercado e hoje estampam o catálogo de sua marca coletiva, a Vem do Xingu.

Castanha-do-Pará e coco babaçu são os principais ingredientes deste trabalho articulado em rede - a Rede de Cantinas da Terra do Meio - em um território composto por de mais de 8 milhões de hectares de áreas protegidas.

O que são as cantinas?

As cantinas são coletivos de ribeirinhos, indígenas e pequenos agricultores organizados para a produção e comercialização de produtos dos povos da floresta.

Esses coletivos gerenciam capital de giro próprio que viabiliza essa produção e comercialização de forma transparente e autônoma.

Saiba mais.

Os produtos são Castanha-do-Pará in natura e desidratada, Óleo de Castanha-do-Pará, Farinha de Babaçu, Mistura para Bolo de Babaçu com Cacau e Óleo de Babaçu.


Clique aqui para baixar e conheça.

A Rede de Cantinas da Terra do Meio é formada por 14 associações de comunidades indígenas e ribeirinhas, que envolve mais de 600 famílias. Elas fazem parte da rede Origens Brasil®, que promove relações comerciais éticas e transparentes entre empresas e comunidades que contribuem com a conservação da Amazônia.

“As cantinas e miniusinas são muito importantes, geram autonomia para as comunidades ribeirinhas e aldeias”, disse Patrícia Silva, cantineira da comunidade São Francisco, Reserva Extrativista Rio Iriri.

“O fortalecimento das cadeias dos produtos, a organização dos entrepostos comerciais com as empresas parceiras e o selo Origens Brasil ajudam a pessoa que comprar o produto a entender de onde vem, a qualidade, a origem e a história da pessoa que produziu”, continuou.

Assista ao vídeo da marca Vem do Xingu:

Mais recentemente, a Rede de Cantinas da Terra do Meio forneceu a farinha do coco babaçu para a Cervejaria Colorado, que produziu a cerveja Colorado Amazônica (saiba mais), além de construir uma série de novas parcerias comerciais durante o ano, apresentadas na última edição da Semana do Extrativismo.

Mais parceiros em rede, mais força

Além dos produtos alimentícios, as comunidades trabalham com a produção de borracha, óleos de copaíba e andiroba, semente de cumaru, entre outros produtos, que formam uma cesta variada de possibilidades de renda aos moradores da floresta. As comercializações prezam por contratos diferenciados para vendas significativas em volumes e valores, em acordos definidos em reuniões anuais com total transparência.

Em experiências mais recentes, a Rede de Cantinas forneceu duas toneladas de blocos de borracha prensados produzidos pela extração do látex natural para o solado do tênis Osklen AG (conheça o produto).



Outro calçado que estreou no mercado neste ano, da marca Save The Forest, também recebeu matéria prima dos ribeirinhos e indígenas Xipaya, que trabalham com a produção de mantas e tecidos emborrachados provenientes da extração tradicional do látex natural da floresta amazônica (conheça o produto).

Pontos de venda

Hoje os produtos com a marca Vem do Xingu são vendidos em cinco estabelecimentos comerciais em Altamira (PA): Supermercado Milênio, Supermercado Primavera, Empório Cosmopolita e Xingu Açaí.

Em São Paulo, os produtos podem ser encontrados no Box Amazônia e Mata Atlântica do Mercado Municipal de Pinheiros, no Instituto Chão, no Instituto Feira Livre, bem como na loja virtual do Instituto Socioambiental, da BemGlô e da Feira na Rosenbaum.

Vem do Xingu em números

Na safra de 2020, a Rede de Cantinas da Terra do Meio comercializou mais de 200 toneladas de castanha in natura e duas toneladas de castanha desidratada, envolvendo cerca de 300 famílias indígenas e ribeirinhas no processo de produção.

Nos últimos quatro anos, a rede forneceu 10 toneladas de farinha de babaçu para a merenda escolar. Só neste ano, a prefeitura de Vitória do Xingu adquiriu mais de três toneladas do produto e mais cinco toneladas estão sendo comercializadas para a ATINA, indústria de ativos naturais para cosméticos.

Além disso, foram fabricados 500 pacotes de mistura para bolo de farinha de babaçu com cacau, uma parceria com a Cooperativa de produtores de cacau da Transamazônica, a CacauWay. Até agosto de 2020 também foram produzidos 330 litros de óleos vegetais entre babaçu, castanha e andiroba.

Na última safra foram comercializados 600kg de óleo de copaíba para a empresa Firmenich, uma das parceiras mais antigas da rede. Também foram produzidas mais de duas toneladas de mantas de borrada e três toneladas de blocos prensados, enviados para a empresa Mercur.

A novidade deste ano foi também a venda de mais de 30 tecidos emborrachados, produzido pelos indígenas Xipaya. Os tecidos foram adquiridos pelas parcerias comerciais com Flávia Amadeus Designer e Save The Forest, e até o fim do ano serão produzidos para a nova parceira BossaPack.

Roberto Almeida
ISA
Imagens: