Essa é a versão antiga do site do ISA que ficou no ar até março de 2022. As informações institucionais aqui contidas podem estar desatualizadas. Acesse https://www.socioambiental.org para a versão atual.
Unir ambientalistas, povos indígenas, comunidades locais e produtores rurais para recuperar florestas parece um sonho improvável, mas é uma das estratégias mais inovadoras e eficazes para a restauração das florestas brasileiras.
O filme “Fazedores de Floresta - Uma Aventura em Busca da Água” é uma imersão na experiência do Instituto Socioambiental (ISA) e da Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX), uma articulação entre pessoas que uniram conhecimentos para a restauração de áreas degradadas nas bacia dos rios Xingu e Araguaia, no Mato Grosso.
O pré-lançamento do filme se dará em dois momentos durante a COP26, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que acontece de 31/10 a 12/11 em Glasgow, na Escócia. No Brazil Climate Action HUB, no dia 10/11, às 13h (horário local), e na People's Summit, no dia 8/11, às 18h30.
As exibições serão acompanhadas de debates com a presença de Paloma Costa, que integra o Grupo Consultivo para Jovens sobre Mudanças Climáticas, formado pelo secretário-geral da ONU e assessora do ISA, Beptuk Metuktire, jovem liderança do povo Kayapó, no Mato Grosso, e Ana Castro, Head de Impacto Social e Mobilização da Flow Impact, distribuidora do filme.
Além disso, o filme foi selecionado pelo governo britânico para ser exibido na Surround Vision, uma área de destaque na conferência dedicada à exibição de filmes de impacto social produzidos em Realidade Virtual. A curadoria junta produções de diversos países que mostram pessoas e organizações que encontraram soluções para conter a crise climática.
Narrado por Milene Alves, uma das mais de 500 coletoras de sementes espalhadas pela região, o filme mostra de perto o funcionamento da Rede de Sementes do Xingu e de seus parceiros do ISA, que realizam os plantios e monitoram o crescimento das árvores. Já são quase 20 milhões delas.
Ao longo de nove minutos, o documentário apresenta, também, como grupos com interesses distintos conseguem dialogar e se unir para plantar as florestas do futuro.
“Não proteger as áreas de nascentes e de beiras de rio gera um risco não apenas para a floresta, mas também para a agropecuária. Ter a floresta de volta é bom pra todo mundo”, afirma Milene ao apresentar, durante o filme, o trabalho de restauração florestal.
Há mais de 14 anos, a rede vem unindo saberes de povos indígenas e comunidades tradicionais com tecnologia de ponta para trazer a biodiversidade e a água de volta para a região e movimentar a economia local, ajudando produtores rurais a restaurar áreas de nascentes e beira de rio.
A partir da coleta de sementes nativas, a rede movimenta uma cadeia socioeconômica que valoriza o conhecimento tradicional das comunidades, impulsiona o equilíbrio socioambiental e melhora o bem estar dos moradores da região.
Até 2020, cerca de 260 toneladas de sementes de mais de 220 espécies nativas foram coletadas, gerando uma renda de R$ 4,4 milhões para os coletores e suas comunidades. Essa estratégia se torna ainda mais potente quando produtores rurais reconhecem que o conhecimento tradicional e a tecnologia atuam em seu favor, e ajudam a restaurar florestas que beneficiam suas lavouras, o equilíbrio climático regional e o regime de chuvas em todo o país.
A partir da articulação com diversos grupos, o Instituto Socioambiental (ISA) e a Rede Sementes do Xingu já restauraram 6,8 mil hectares de floresta nativa na região.
"Plantar florestas aproxima as pessoas. O ato de coletar sementes, misturar, fazer as muvucas e colocar na terra cria um vínculo fundamental com a vida. Em um contexto de emergência climática e pandemia, estamos falando de uma inspiração para um futuro melhor", afirma Rodrigo Junqueira, secretário-executivo do ISA.
“Fazedores de Floresta” é dirigido por Tadeu Jungle e uma produção da Junglebee, em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e a Associação Rede de Sementes do Xingu.
“Uma experiência em realidade virtual proporciona uma imersão potente nas ideias que nos ajudam a transformar a nossa realidade. É uma forma de vivenciar esse dia a dia e levar as soluções encontradas pelos Fazedores de Floresta para todas as pessoas”, afirma Tadeu Jungle. O filme tem lançamento nacional previsto para dezembro de 2021, em uma ação de distribuição e articulação liderada pela Flow Impact.
"Fazedores de Floresta" tem apoio institucional do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA e da Década da ONU da Restauração de Ecossistemas. A Década tem como objetivo inspirar e apoiar governos, organizações multilaterais, sociedade civil, empresas do setor privado, jovens, grupos de mulheres, povos indígenas, agricultores, comunidades locais e indivíduos em todo o mundo, para colaborar, desenvolver e catalisar iniciativas de restauração em todo o mundo.
A produção do filme contou com apoio de União Europeia, Good Energies, Rainforest Foundation Norway, Amazonia Live/Rock in Rio, Funbio e Conservação Internacional (CI).
A Junglebee é uma produtora de Realidade Aumentada e Realidade Virtual. Desenvolve histórias imersivas e cria soluções para os novos desafios da comunicação para empresas, instituições culturais e ONGs.
O Instituto Socioambiental (ISA) é uma organização da sociedade civil brasileira, sem fins lucrativos, fundada em 1994, para propor soluções de forma integrada a questões sociais e ambientais com foco central na defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos.
A Associação Rede de Sementes do Xingu é uma associação não-governamental, sem fins lucrativos, considerada a maior rede de sementes nativas do Brasil. Criada em 2007, a iniciativa visa a valorização de povos e comunidades que coletam sementes para restauração florestal em diversos territórios nas bacias dos rios Xingu e Araguaia, no Mato Grosso. Hoje, são mais de 500 coletores de sementes, que já ajudaram a plantar cerca de 20 milhões de árvores.
A partir da percepção de que algumas mudanças precisam ser aceleradas, foi criada a distribuidora Flow, uma spin-off da Maria Farinha Filmes que experimenta novas formas de chegar ao público e realiza campanhas de impacto social que proporcionam caminhos concretos e plurais, fomentando o espírito ativista. Alguns dos destaques de seu portfólio são os documentários A Juíza, indicado ao Oscar em 2019, e Longe da Árvore (2018), baseado no best-seller com o mesmo título - ambos fruto de uma parceria com a Participant Media, produtora americana dedicada a realizar entretenimento que traz consciência social, indicada a 73 Oscars e vencedora de 18 estatuetas.