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Por Andressa Cabral Botelho
Registro, onde está localizado o Vale do Ribeira, é a região administrativa com mais pessoas negras no estado de São Paulo. Ali, 43,02% da população se declara preta ou parda, de acordo com a Fundação Seade.
No entanto, a sub-representação negra no estado em espaços de poder ainda é uma realidade, como na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), onde apenas 10 dos 94 deputados estaduais se autodeclaram negros.
Rompendo com a lógica colonial que coloca pessoas negras, principalmente mulheres, na base de uma pirâmide de opressões de gênero e raça, as quilombolas do Vale do Ribeira lideram em diversas frentes de atuação.
Mesmo com a distância continental e o apagamento de traços comuns, África e diáspora permanecem conectadas nos quilombos brasileiros graças ao exercício do matriarcado nas comunidades.
Se, pouco a pouco começamos a ver negros e negras ocupando espaços de poder, foi também porque mulheres e homens quilombolas fizeram e fazem o mesmo, no passado e no presente.