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Para além da especificidade da pesquisa que Tânia Stolze Lima apresenta em Um peixe olhou para mim - qual seja, a vida social do povo Yudjá, que vive atualmente no Parque Indígena do Xingu (Mato Grosso) -, está a análise de um sistema sociocosmológico e um mapa da condição humana. Um mergulho profundo em uma outra cultura que a autora traduz por meio de uma linguagem apropriada e fiel ao pensamento indígena. Como salienta Eduardo Viveiros de Castro, Tânia nos mostra um outro "discurso dos humanos sobre o mundo, enunciado de um ponto de vista particularmente humano". O livro é fruto de uma reflexão efetuada nos últimos 20 anos, desde a sistematização dos resultados de uma pesquisa de campo de 26 meses entre os Yudjá. Merece destaque o modo como a autora se aproxima e aborda a cosmologia e a vida social deste povo tupi do rio Xingu, transmitindo-nos uma tradição de pensamento muito diversa da nossa e oferecendo uma contribuição original à Antropologia.