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Morre Victor Py-Daniel, um grande conhecedor da Amazônia

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Por Ciro Campos

Victor Py-Daniel se formou em Biologia na Universidade de Brasília em 1976. Depois, trabalhou na Universidade Federal da Paraíba, onde estruturou o curso e o laboratório de Zoologia. Em 1978, se estabeleceu na Amazônia como pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), onde obteve o título de Doutor em 1990, e fundou o Laboratório de Etnoecologia e Etnoentomologia.

Durante sua longa vida acadêmica orientou e ajudou a formar diversos pesquisadores que hoje dão continuidade à sua linha de trabalho em diferentes instituições do país. Desenvolveu estudos voltados para a Epidemiologia e Etnoepidemiologia, pesquisando sobretudo as doenças tropicais transmitidas por insetos, como os piuns e borrachudos (simulídeos), transmissores da oncocercose.

Dedicou sua vida a essa linha de pesquisa, desenvolvendo trabalhos em parceria com os povos indígenas Yanomami, Kamayurá, Katukina, Tikuna, Kanamari, Kulina, entre outros. Também se dedicava a entender como questões relativas à saúde e à doença eram compreendidas na cultura de diferentes povos indígenas.

Tinha especial interesse pelo trabalho de coleta de dados em campo, tendo realizado inúmeras expedições para regiões remotas da Amazônia, por algumas vezes, contraído doenças como a malária e a hepatite.

Era pesquisador aposentado do INPA e também ministrava aulas e orientava estudantes na UNB, até o início da pandemia em 2020. Apaixonado pelo bioma Cerrado, vivia atualmente em São João da Aliança, na borda da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

Victor Py-Daniel nasceu na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, dia 8 de dezembro de 1951, e faleceu em Brasília/DF, dia 22 de junho de 2021, perto de completar 70 anos, em consequência de sequelas da Covid-19.

O Instituto Socioambiental (ISA) reconhece sua valiosa contribuição em defesa da ciência e dos povos indígenas e se solidariza com seus amigos e familiares.

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