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A pré-estreia do documentário “A Lei da Água – o Novo Código Florestal Brasileiro” encerrou, no final da tarde de domingo (31/8), a programação da Virada Sustentável, em São Paulo. Nem mesmo a chuva impediu que o auditório de 800 lugares do Parque Ibirapuera, ficasse cheio.
A plateia continuou lotando o local durante o bate-papo de mais de uma hora, após a exibição, com a participação de André D’Elia, diretor do filme, Marússia Whately, do ISA, e Malu Ribeiro, da Fundação SOS Mata Atlântica. O produtor-executivo da obra, Fernando Meirelles, também esteve na pré-estreia. A produção é uma parceria do ISA, WWF-Brasil, Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e Bem-Te Vi Diversidade.
O longa-metragem de 75 minutos baseia-se em entrevistas com políticos, produtores rurais, cientistas e ambientalistas. Os depoimentos discutem, por diversos pontos de vista e de maneira clara e didática, os impactos das alterações promovidas pela nova lei florestal (12.651), aprovada em 2012 e que revogou o antigo Código Florestal de 1965. As consequências negativas do desmatamento para os mananciais de água são um dos temas centrais do documentário.
D’Elia afirmou que, com o filme, pretendia abrir o diálogo com todos os setores da sociedade sobre o assunto. “A preservação pode e deve ocorrer independente da legislação”.
“Acho que se o filme conseguir achar o público que se interessa pelo tema, vai ter valido a pena”, disse Fernando Meirelles. Ele conta que a ideia inicial era fazer um filme pequeno para esclarecer os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) apresentadas contra a lei 12.651. A produção original, porém, acabou crescendo. Meirelles, que já havia participado de campanhas como “Floresta faz a Diferença”, quis logo se envolver e convidou André D’Elia para dirigir o filme.
Implantação da nova lei
Marússia Whately lembrou que a nova lei florestal foi aprovada há dois anos, mas poucos dispositivos previstos foram regulamentados ou amplamente implementados, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Ela recomendou que a sociedade faça o acompanhamento da implantação do novo Código Florestal já que parte de sua regulamentação ocorrerá por planos estaduais e municipais.
“O Código Florestal é complexo, principalmente para as pessoas que não estão familiarizadas com os temas ambientais”, comentou Ricardo Young (PPS), vereador de São Paulo e conselheiro do IDS. “Durante todo o período de discussão do novo Código Florestal, ela foi fragmentada. Era muito difícil ver o todo. E esse é o grande mérito do filme”, destacou. Ele acrescentou que o documentário é oportuno para que se perceba a importância estratégica do Código Florestal e da Política Florestal no país.
“O filme mostra que ninguém tem razão. A razão está na relação correta de todo esse conhecimento no exercício de aperfeiçoamento dessa lei, que é ruim e precisa melhorar”, afirmou Young.