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Nesta segunda, 14 de março, quando se celebra o Dia Internacional de Luta contra Barragens, o Movimento dos Ameaçados por Barragens (Moab) realiza uma manifestação na cidade de Cajati (SP) em parceria com associações quilombolas e organizações da sociedade civil que atuam no Vale do Ribeira.
Mais de 20 organizações quilombolas participam do ato do Dia Internacional de Luta contra Barragens, nesta segunda-feira, 14/3, às 9h, em Cajati, que reunirá o Movimento dos Ameaçados por Barragens (Moab), Eaacone (Equipe de Articulação e Assessoria às comunidades negras do Vale do Ribeira), MST, MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), Conaq (Coordenação Nacional Quilombola), Idesc (Instituto para o Desenvolvimento Sustentável e Cidadania do Vale do Ribeira), Cedea Paraná (Centro de Estudos, Defesa e Educação Ambiental), Asstraf (Associação Sindical dos trabalhadores da Agricultura Familiar da região do Vale do Ribeira) ), CUT, Sintravale (Associação de Trabalhadores da Agricultura Familiar do Vale do Ribeira e Litoral Sul de São Paulo), Pé no Mato, MAM (Movimento Soberania pela Mineração) e Prosa na Serra, além das organizações da sociedade civil que atuam no Vale do Ribeira, o ISA entre elas.
As bandeiras principais este ano são três: contra hidrelétricas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs); contra empreendimentos minerários previstos para a região; e pela regularização fundiária para os territórios tradicionais (caiçaras, quilombolas, indígenas) e dos agricultores familiares, inclusive assentamentos rurais. Além dos planos de construção da UHE Tijuco Alto, está em licenciamento um projeto para a construção de uma pequena central hidrelétrica (PCH) em Itaóca.
Os empreendimentos minerários, de calcário especialmente, ganharam força em Adrianópolis, na parte paranaense do Vale, e em Ribeira (SP), além dos inúmeros pedidos de lavra junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) sobre territórios quilombolas. Enquanto os projetos de empreendimentos para explorar a riqueza da região crescem, os processos de regularização fundiária continuam caminhando lentamente. A titulação de territórios quilombolas, homologação de Terras Indígenas, e a regularização de terras para pequenos agricultores não avança no Vale do Ribeira, acirrando conflitos e disputas e prejudicando essas populações na obtenção de financiamentos, crédito agrícola e projetos de desenvolvimento local. Os organizadores esperam pelo menos mil pessoas no ato.
Com o slogan “Terra Sim, Barragem Não!”, o Movimento dos Ameaçados por Barragens (Moab) foi criado há 27 anos para resistir à construção da Usina Hidrelétrica Tijuco Alto, reunindo associações vinculadas às comunidades tradicionais, indígenas, agricultores familiares e movimentos sociais. Ao longo dos anos, foi incorporando à sua agenda outras ameaças às comunidades e ao Vale do Ribeira.