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Pesquisadores indígenas iniciam treinamento para elaborar Planos de Gestão Territorial no Rio Negro

O principal objetivo é o levantamento de dados em mais de 500 comunidades nessa região do noroeste amazônico
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Começou nesta segunda-feira, 22/8, na sede do ISA, em São Gabriel da Cachoeira, noroeste amazônico, uma oficina de treinamento envolvendo 50 pesquisadores indígenas para planejar o levantamento de informações sobre gestão territorial e ambiental nas Terras Indígenas do Rio Negro.



Durante dez dias, pesquisadores e parceiros como a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), Funai, ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) e Instituto Federal do Amazonas (Ifam) vão realizar apresentações, debates e atividades práticas como testes nas comunidades no entorno da cidade com a participação na Assembleia da Juventude Indígena organizada pela Foirn. Na primeira etapa o objetivo é planejar e estruturar o levantamento de dados nas mais de 500 comunidades da região pluriétnica e multilíngue do Rio Negro. A ideia é formar uma equipe de pesquisadores e animadores para a realização desse trabalho e articular uma agenda de elaboração dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) das Terras Indígenas do Alto e Médio Rio Negro

O treinamento conta com a participação de lideranças indígenas que irão colaborar com suas experiências de trabalhos no movimento indígena, que atua há mais de 40 anos na região. A abertura da oficina teve palestras de lideranças como Domingos Barreto, Renato Matos e Braz França que refletiram sobre temas como política indigenista no Estado brasileiro, controle social e projetos pilotos, e a trajetória do movimento indígena.

Estão previstas discussões e trabalhos em grupo sobre a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas (PNGATI) e sobre iniciativas de gestão territorial já realizadas como etnomapeamentos, cursos, planos de manejo e iniciativas econômicas. Depois, tem início o planejamento e preparação para o levantamento que deve ser realizado pelos pesquisadores nos próximos dois meses nas comunidades.



Os participantes estão divididos em grupos que seguem a divisão territorial realizada pelas coordenadorias regionais da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e divisões sugeridas nas oficinas inaugurais de gestão territorial considerando particularidades como etnias de recém contato, caso dos Hupda e Yuhup, cujo levantamento será realizado por equipe específica (saiba mais). Os grupos serão acompanhados por lideranças do movimento indígena, técnicos do ISA e das instituições parceiras no levantamento das informações.

Renato Martelli Soares
ISA
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