Essa é a versão antiga do site do ISA que ficou no ar até março de 2022. As informações institucionais aqui contidas podem estar desatualizadas. Acesse https://www.socioambiental.org para a versão atual.
A principal cidade atingida pela construção de Belo Monte recebeu nesta quinta-feira (27) a primeira grande manifestação nas ruas depois do início das mobilizações que tomaram as capitais e cidades brasileiras.
O ato foi organizado por uma dezena de jovens estudantes secundaristas, universitários e de movimentos sociais. “Nós queremos a criação de uma comissão participativa para fiscalizar o cumprimento das condicionantes e uma audiência pública para definir uma comissão popular que acompanhe as políticas públicas da cidade”, disse Samara Mauad, integrante do Levante Popular da Juventude.
A caminhada começou na orla da cidade e seguiu para um bairro da periferia que deve ser alagado com a formação do reservatório da usina. Na região central da cidade, o principal cruzamento foi tomado por uma grande roda de jovens que sentaram nas ruas para discutir os problemas da cidade.
“É diferente vem com a gente quero meu direito já, se não cumprir condicionantes vamos nos mobilizar”, cantava a estudante de 19 anos, Daniela Silva, no palco improvisado de uma Kombi, utilizada como carro de som.
Ao final da manifestação o grupo foi recebido por Avelino Ganzer, da Secretaria Geral da Presidência da República. Ganzer afirmou que o governo irá agendar uma audiência pública com a população na primeira semana de agosto. Uma nova reunião com representantes da mobilização foi agendada para esta sexta-feira (28), às 11h, com a presença de Paulo Maldos, Secretário Nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República.
As condicionantes fazem parte da obrigação da empresa Norte Energia, responsável pela construção da usina, de executar um pacote de obras que reduza os impactos socioambientais de Belo Monte. A empresa recebeu financiamento de R$ 3,2 bilhões, maior valor já aprovado pelo BNDES para este tipo de iniciativa.
Até agora nenhuma condicionante relacionada à obras de infraestrutura em Altamira foi cumprida dentro dos prazos estabelecidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão regulador e fiscalizador da obra. As condicionantes foram determinadas pelo Ibama há três anos, para concessão da licença prévia e, em 2011, para obtenção da licença de instalação. Saiba mais.
Assista ao vídeo.