Essa é a versão antiga do site do ISA que ficou no ar até março de 2022. As informações institucionais aqui contidas podem estar desatualizadas. Acesse https://www.socioambiental.org para a versão atual.
Cerca de 50 indígenas das etnias Juruna e Arara bloqueiam o acesso da entrada do sítio Pimental, um dos canteiros de obras da hidrelétrica Belo Monte, desde a última terça-feira (27).
Um ônibus do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) foi queimado na manhã de hoje. Os indígenas pedem o cumprimento de obrigações condicionadas ao licenciamento da obra. Postos de saúde, poços artesianos que garantam água potável, construção de casas e escolas, demarcações de Terra e garantia de acesso ao lago reservatório estão entre as principais reivindicações.
"A assinatura do contrato da construção das nossas casas, escola, posto de saúde, casa de farinha, nada está feito na nossa aldeia. Estamos a 7 km de Belo Monte, da barragem. E a assinatura do ministro da questão dos 27 lotes. Hoje nós esperamos e até ligamos pra eles, demos o prazo de que de hora em hora queimamos um ônibus se não tiver resposta. Um já foi queimado. Outro daqui a uns 15 minutos tá sendo queimado. De hora em hora vamos queimar um", afirma Giliarde Juruna.
Um advogado da Norte Energia esteve no local na última quarta-feira, mas não houve negociação entre as partes, informaram os índios. Com o bloqueio, parte dos trabalhadores que vivem em Altamira não pode entrar no canteiro de obras. A Norte Energia, responsável pela obra, informou em nota que as atividades prosseguem normalmente com o número de trabalhadores reduzido.
Em maio o ISA publicou um infográfico que aponta os principais irregularidades no cumprimento das condicionantes.