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Durante os três dias do evento 30 palestrantes participaram de mesas-redondas e conferências abordando temas como a inadequação das políticas sociais às comunidades indígenas do Rio Negro, criação e reconhecimento de áreas protegidas, turismo, alternativas econômicas, patrimônios do Rio Negro, como o Sistema Agrícola Tradicional e práticas sustentáveis de manejo baseadas no conhecimento tradicional.
Duas conferências tiveram destaque no evento. No primeiro dia, a antropóloga e professora Manuela Carneiro da Cunha, titular aposentada da USP e da Universidade de Chicago e integrante do Painel Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos – (Ipbes) abordou o tema “Conhecimentos Interculturais no contexto do Ipbes”. No segundo dia, Michael Goulding, um dos maiores especialistas em rios da Amazônia e sua biodiversidade, e atual coordenador da iniciativa Águas Amazônicas da Wildlife Conservation Society (WCS), fez uma conferência intitulada “O Rio Negro e a Amazônia”.
O último dia foi dedicado à construção de uma agenda comum para o Rio Negro e dos princípios para a construção de novas parcerias. A partir de uma oficina de trabalho que envolveu todos os convidados, foram sugeridas ações relacionadas aos temas debatidos durante o evento. À noite, o evento encerrou-se com um show do cantor manauara Nicolas Junior durante o lançamento do livro e exibição do documentário Baré: Povo do Rio, ambos produzidos pelo Sesc, no Largo São Sebastião, com apoio da Banca do Largo e da Secretaria de Cultura de Manaus.
A Rede Rio Negro
Há nove anos a Rede Rio Negro tem atuado com o objetivo de estabelecer espaços de debate e intervenção socioambiental para construção de bases e propostas de promoção da qualidade de vida dos habitantes, da conservação, do uso sustentável e da repartição de benefícios da biodiversidade da Bacia do Rio Negro (saiba mais).
Em 2007, o Instituto Socioambiental e a Fundação Vitória Amazônica (FVA) organizaram o primeiro seminário Visões do Rio Negro também em Manaus. Originalmente chamado “Visões do Rio Babel”, este primeiro seminário, do qual resultou uma publicação, tinha como tema central o futuro do Rio Negro e foi fundamental na consolidação das parcerias que constituíram a Rede Rio Negro. Para saber mais acesse: http://issuu.com/instituto-socioambiental/docs/visoes_rn
Oito anos depois, a Rede novamente reuniu pessoas que contribuíram para a agenda criada em 2007 e discutiu “o que há de novo no Rio Negro”.
A Carta do Rio Negro
Um dos principais resultados do seminário foi a construção de uma carta de princípios para a atuação e as parcerias no âmbito da Rede Rio Negro. O texto destaca a diversidade socioambiental e o caráter transfronteiriço da Bacia do Rio Negro (que é compartilhada por quatro países – Venezuela, Colômbia, Brasil e Guiana), a importância da cooperação e das parcerias para a conservação, valorização e uso sustentável da biodiversidade em detrimento de atividades predatórias, ilícitas, e de alto impacto socioambiental, como a mineração, as hidrelétricas e outras que fazem parte das ameaças de desmonte da legislação socioambiental ora em curso no Brasil.
Dezessete organizações, e cerca de 70 pessoas assinaram a carta e reafirmaram o compromisso com a diversidade de povos e línguas; a biodiversidade e os valores etnoculturais da Bacia do Rio Negro. Com base nos princípios da ética, da participação, da transparência, e do respeito à autonomia e aos valores culturais e individuais de cada povo, estas organizações se dispõem a atuar de forma mais integrada visando garantir que a imensa riqueza e diversidade biológica e sociocultural da Bacia do Rio Negro seja conservada.
Confira a Carta do Rio Negro na íntegra .
Durante o seminário foi lançada a 2ª edição da publicação “Bacia do Rio Negro: uma visão socioambiental”. Trata-se do resultado de um trabalho realizado pela Rede durante 2014, sobre a primeira edição do Mapa Bacia do Rio Negro, lançada no I Seminário Internacional de Áreas Protegidas, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Esta publicação faz parte de uma proposta, ainda em discussão no âmbito da Rede Rio Negro, de criar uma plataforma interativa de compartilhamento de dados sobre a região. A segunda edição, lançada agora, traz as primeiras atualizações e contribuições sistematizadas. A versão em português já está disponível em formato impresso e também digital para download gratuito em: http://issuu.com/instituto-socioambiental/docs/mapa_port_ago_site
A versão em espanhol também está disponível para download aqui.
Anexo | Tamanho |
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carta_de_principios_da_rede_rio_negro_2015.pdf | 189.48 KB |