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A poucos dias do primeiro turno de novas eleições no Amazonas, a Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro) recebeu a visita de Marcelo Ramos (PR), candidato a vice na chapa do senador e ex-governador do estado, Eduardo Braga (PMDB). A eleição, suplementar foi convocada depois que o governador eleito em 2014, José Melo, foi cassado. A votação será em 6/8 e o segundo turno, se houver, está previsto para 27/8.
Ramos esteve em São Gabriel da Cachoeira nesta quinta-feira (20/07) para fazer comício na reta final das eleições. Eduardo Braga, o candidato a governador, deveria ter vindo também mas por motivo de saúde cancelou sua participação no comício. Acompanhado de apoiadores como a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM), Ramos discursou no Areal, um dos bairros mais populares de São Gabriel e depois seguiu para reunião na sede da Foirn, por volta das 21 horas. A coligação de Ramos e Eduardo Braga, chamada de “União para tirar o Amazonas da UTI”, é formada pelo PR, PMDB, Solidariedade, PCdoB e PTB.
O vice-presidente da Foirn, Nildo Fontes, entregou ao candidato uma carta solicitando mais diálogo do governo estadual com o movimento indígena. Ele também encaminhou documentos de referência para a Foirn, como o PRDIS (Programa Regional de Desenvolvimento Indígena Sustentável), dados preliminares do Plano de Gestão Ambiental e Territorial do Rio Negro (PGTA) e as recentes propostas da Federação para o Plano Plurianual (PPA) municipal.
“A Foirn nos últimos anos tem manifestado uma série de documentos junto aos poderes públicos (municipais, estaduais e federais) apontando a necessidade imediata de ações e providências para garantir os direitos, benefícios e melhorias. Atualmente, as ações dos governos não alcançam as metas previstas e a população que vive nas Terras Indígenas demanda por direitos básicos: saúde, educação, saneamento, energia, patrimônio cultural, programas de geração de renda, entre outros, que estão atrelados à demanda de gestão territorial e ambiental das Terras Indígenas”, diz a carta.
Marcelo Ramos comprometeu-se a manter um “canal permanente de diálogo com o movimento indígena do Rio Negro” e lembrou do histórico positivo de Eduardo Braga com os índios da região. “A secretaria estadual dos Povos Indígenas foi criada pelo Eduardo quando ele era governador do estado e depois foi extinta pelo novo governo. Queremos resgatar essa secretaria para termos novamente um aumento de políticas públicas voltadas para as populações indígenas do Amazonas”, afirmou.
Eleito para o seu segundo mandato como governador em 2014, José Melo (PROS) foi cassado por compra de votos, após longa batalha judicial que foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-governador alega que sofreu perseguição política e econômica, tentando todos os recursos possíveis para terminar seu mandato. Eduardo Braga, ex-governador e atual senador pelo estado, foi o segundo colocado na disputa na ocasião, com 45% dos votos.
Oito candidatos concorrem ao cargo de governador do estado cujo mandato terá apenas 15 meses de duração. De acordo com pesquisa publicada hoje (21/07) pela grande mídia amazonense, Eduardo Braga está em segundo lugar na disputa, com 23,49% das intenções de voto, enquanto Amazonino Mendes (PDT) lidera com 30,17%. Vale lembrar que Amazonino também já foi governador do Amazonas em dois períodos e prefeito de Manaus três vezes.