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O Conselho das Aldeias Wajãpi (Apina) publicou neste domingo (28/7) uma nota esclarecendo as circunstâncias do assassinato do cacique Emyra Wajãpi na Terra Indígena Waiãpi. Segundo o documento, o crime ocorreu na segunda-feira (22/7) e o corpo foi encontrado por outros indígenas no dia seguinte. A Apina aponta ainda que a Terra Indígena foi invadida por não indígenas, que têm ameaçado os Wajãpi. A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) também manifestou sobre o episódio. Leia aqui.
Leia a nota da Apina na íntegra:
Nós do Conselho das Aldeias Wajãpi – Apina queremos divulgar as informações que temos até agora sobre a invasão da Terra Indígena Wajãpi.
2ª feira, dia 22/07, no final da tarde, o chefe Emyra Wajãpi foi morto de forma violenta na região da sua aldeia Waseity, próxima à aldeia Mariry. A morte não foi testemunhada por nenhum Wajãpi e só foi percebida e divulgada para todas as aldeias na manhã do dia seguinte (3ª feira, dia 23). Nos dias seguintes, parentes examinaram o local e encontraram rastros e outros sinais de que a morte foi causada por pessoas não-indígenas, de fora da Terra Indígena.
6ª feira, dia 26, os Wajãpi da aldeia Yvytotõ, que fica na mesma região, encontraram um grupo de não-índios armados nos arredores da aldeia e avisaram as demais aldeias pelo rádio. À noite, os invasores entraram na aldeia e se instalaram em uma das casas, ameaçando os moradores. No dia seguinte, os moradores do Yvytotõ fugiram com medo para outra aldeia na mesma região (aldeia Mariry). No dia 26 à noite nós informamos a Funai e o MPF sobre a invasão e pedimos para a PF ser acionada. Na madrugada de sexta para sábado, moradores da aldeia Karapijuty avistaram um invasor perto de sua aldeia.
No dia 27, sábado, nós começamos a divulgar a notícia para nossos aliados, na tentativa de apressar a vinda da Polícia Federal. Um grupo de guerreiros wajãpi de outras regiões da Terra Indígena foi até a região do Mariry para dar apoio aos moradores de lá enquanto a Polícia Federal não chegasse.
No dia 27 à tarde, representantes da Funai chegaram à TIW e foram até a aldeia Jakare entrevistar parentes do chefe morto, que se deslocaram até lá. Os representantes da Funai voltaram para Macapá para acionar a Polícia Federal. Os guerreiros wajãpi ficaram de guarda próximo ao local onde os invasores se encontram e nas aldeias que ficam na rota de saída da Terra Indígena. Durante a noite, foram ouvidos tiros na região da aldeia Jakare, junto à BR 210, onde não havia nenhum Wajãpi.
No dia 28 pela manhã um grupo de policiais federais e do BOPE chegou à TIW e se dirigiu ao local para prender os invasores. Isso é o que sabemos até agora. Quando tivermos mais informações faremos outro documento para divulgação. Posto Aramirã – Terra Indígena Wajãpi, 28 de julho de 2019.
Anexo | Tamanho |
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nota_apina_invasao_tiw_julho2019.pdf | 299.58 KB |
nota_coiab_waiapi_1.pdf | 261.21 KB |