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Essa é a versão antiga do site do ISA que ficou no ar até março de 2022. As informações institucionais aqui contidas podem estar desatualizadas. Acesse https://www.socioambiental.org para a versão atual.

Povos Indígenas para crianças, agora no celular!

Seus filhos passam horas no celular? Agora, conteúdo didático pode ajudar na experiência das crianças e adolescentes e no ensino virtual durante pandemia
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O Brasil possui mais de 250 povos indígenas, que somam mais de 900 mil pessoas que falam mais de 150 línguas diferentes e que compõem uma diversidade cultural desconhecida por muitos brasileiros. Pensando nisso, o Instituto Socioambiental criou em 2009 o Povos Indígenas no Brasil Mirim (ou apenas Mirim), uma plataforma sobre os povos originários voltada para crianças e jovens. Agora, o site ganha versão atualizada e responsiva, se tornando de fácil acesso pelo celular - exatamente o dispositivo mais usado por jovens e estudantes, sobretudo em tempos de pandemia e aulas virtuais. Assim, o novo Mirim pode ser uma ferramenta de ensino aprendizagem para professores e alunos que enfrentam as dificuldades das aulas remotas.

O novo site Mirim apresenta um panorama geral sobre a situação dos indígenas no país, trazendo exemplos de diferentes povos. Cada um com sua história e particularidades. A primeira versão do site foi lançada há 11 anos e convertida em livro em 2016. Em 2011, a plataforma ganhou o Prix de la Jeunesse Iberoamericano do Comkids na categoria “Digital e Interativa”.

Não perca nesta quinta-feira (15/10) a live de lançamento do site:



Segundo Fany Ricardo, antropóloga e sócia fundadora do ISA,“o Mirim também encantou muito as crianças e adultos porque além da linguagem acessível e riqueza visual, trouxe as particularidades e diversidade de alguns povos indígenas, saindo do local comum do ‘índio genérico’”. A nova versão está sendo lançada em português, espanhol, alemão e norueguês.

Silvia Futada, assessora do ISA, lembra que a ideia original do Mirim veio a partir da interação com crianças e jovens que acessaram o site do Povos Indígenas no Brasil e necessitavam de outras linguagens. “A elaboração do site também ganhou impulso com a aprovação da Lei 11.645/2008 que incluiu no currículo escolar a temática "Indígena””, ressalta Silvia.

“O ensino da temática indígena nas escolas é importante porque devolve aos estudantes um contato mais amplo e diverso com sua própria história e realidade. Assim como a formação do Brasil provêm de diferentes culturas e realidades, é preciso multiplicar as narrativas que versam sobre nossa realidade nos currículos escolares", afirma Paula Mendonça, educadora que trabalha com a implantação da Lei 11.645/2008. "Ainda há um desafio para aproximar as realidades indígenas hoje e o que se aprende na escola, diminuir esta distância é uma necessidade urgente, um direito de aprendizagem previsto em lei e o exercício prático de respeito à diferença e a diversidade”, completa.

O site Povos Indígenas no Brasil, a versão “adulta” da plataforma, é a maior enciclopédia de povos indígenas que existe no Brasil hoje. São verbetes de 210 povos, elaborados por especialistas que conhecem a fundo as particularidades de cada povo. Mas como traduzir esse conteúdo tão complexo para pessoas que nunca tiveram contato com o tema? Como falar sobre os povos indígenas sem cair em generalizações?

Pensando nesse desafio, o Mirim responde a perguntas simples: como vivem os índios? Quais são as brincadeiras? Como era antes de Cabral? Como as crianças indígenas aprendem? Para responder cada uma delas, são colocados exemplos de povos específicos, numa linguagem acessível. Como é o ensino nos Xavante? Quem faz o que entre os Araweté? Quais são os mitos dos Ticuna, Tembé, Kanamari, dos Enawenê-Nawê?

"Os mundos indígenas são baseados em formas de existir que recusam a desigualdade e estabelecem uma relação respeitosa com o meio ambiente. As novas gerações precisam aprender que é possível construir um futuro diferente do mundo em que vivemos hoje, por isso é tão importante que as crianças aprendam com os exemplos dos mundos indígenas, que resistem, apesar de toda violência que sofrem há mais de cinco séculos", explica Karenina Andrade, antropóloga e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Abaixo, confira algumas informações que o Mirim traz. Aproveite para navegar no site aqui.

Você sabia que:

Apenas 25 línguas indígenas são faladas por mais de 5 mil pessoas?
Cerca de 110 línguas indígenas são faladas por menos de 400 pessoas?
A língua dos Akuntsu é falada apenas pelos três sobreviventes que formam esse grupo indígena?
Os Guató têm uma população de cerca de 370 pessoas, mas há apenas três pessoas que lembram da língua!
Estudos indicam que no início do século XVI havia entre 2 e 4 milhões de índios.

ISA
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