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Cerca de 150 ribeirinhos, indígenas e agricultores protestaram por cinco dias na rodovia Transamazônica, a BR-230, nas proximidades de Altamira, sudeste do Pará. A reivindicação é clara: água para abastecer o rio Xingu, barrado pela hidrelétrica de Belo Monte.
O protesto começou na última segunda-feira (9) e terminou cinco dias depois, na sexta-feira (13) após reunião com o Ministério Público Federal, que se comprometeu a encaminhar as demandas. Os manifestantes ainda protocolaram no Ibama um pedido de audiência.
“Estamos aqui para mostrar a situação que temos vivido desde a chegada de Belo Monte e o roubo das águas do Xingu”. [Leia na íntegra]
Os manifestantes exigem a liberação de água suficiente para garantir a piracema na Volta Grande do Xingu, trecho de aproximadamente 100 quilômetros de rio que abriga duas Terras Indígenas e centenas de famílias ribeirinhas. Com o barramento definitivo do Xingu em 2015, a quantidade, velocidade e nível da água na região não derivam mais do fluxo natural do rio, mas sim da concessionária da usina de Belo Monte, a Norte Energia.
A vazão reduzida, associada a uma seca histórica, provocou mortandade de peixes, seca nos igarapés e impactos nas roças da região. Em outro manifesto, divulgado no dia 9/11, no início da ocupação, as comunidades descrevem a situação como “catastrófica”: “centenas de famílias duramente impactadas pelo Covid-19 em sua segurança alimentar não apenas estão passando fome, mas perdendo completamente seus meios de subsistência”. [Leia na íntegra]
Preocupadas, as populações da Volta Grande reivindicam medidas para garantir a manutenção da vida no Xingu, entre elas a suspensão do “Hidrograma de Consenso” proposto pela empresa, medida que controla a água que passa pelas comportas da usina. Exigem, ainda, a suspensão da Licença de Operação de Belo Monte, que completa cinco anos neste mês, “responsável, em última instância, pela violação dos direitos humanos e da natureza cometidas pela hidrelétrica”, diz o manifesto.
Anexo | Tamanho |
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Manifesto | 1.23 MB |