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Um grupo de artistas lançou, ontem (22/4), no dia em que foram lembrados os 514 anos da chegada de Cabral, a campanha Tamuaté-aki, para cobrar de políticos e autoridades mais respeito aos direitos adquiridos pelos povos mais antigos do país. “Para você, o Brasil foi descoberto ou invadido?”, questiona a atriz Letícia Sabatella, no início do vídeo de lançamento. “Como será que um índio responderia a essa pergunta?”, pergunta o músico Tony Garrido, na sequência.
Os organizadores lembram que a Constituição de 1988 reconheceu o direito originário dos índios a seus territórios, isto é, um direito que já existia mesmo antes da adoção da Carta Magana. Apontam que o mesmo Congresso que elaborou a Constituição, no entanto, está analisando projetos como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 227 e o Projeto de Lei (PL) 1.610, que, se aprovados, enfraquecerão os direitos desses povos, conquistados democraticamente, de ocuparem plenamente suas terras.
A campanha colocou no ar uma petição que tem a intenção de pedir a todos os parlamentares federais que deem seu apoio aos indígenas e demonstrem sua oposição a qualquer proposta que vise restringir os direitos desses povos. O objetivo é que, com a iniciativa de cada cidadão, o parlamento possa, mais uma vez, garantir que o Brasil seja um país mais justo, mais diverso e mais livre, para todos os povos.
O filme de lançamento da campanha tem direção de Marcos Prado e participação de artistas como Alexia Dechamps, Ana Lima, Angelo Antonio, Cacau Protázio, Carla Daniel, Charles Gavin, Claudia Ohana, Dira Paes, Fernando Alves Pinto, Giulia Gam, Guilhermina Guinle, Jorge Pontual, Letícia Persiles, Letícia Sabatella, Marcelo Bonfá, Marcos Palmeira, Maria Paula Fidalgo, Marina Rigueira, Pedro Scooby, Thaila Ayala, Tony Garrido e Wagner Moura.
No vídeo, eles afirmam que os povos indígenas representam um patrimônio da diversidade sociocultural brasileira, que se reflete nos seus conhecimentos e modos de vida tradicionais, e numa imensa variedade de expressões artísticas e rituais. Os artistas defendem também que a demarcação das Terras Indígenas, hoje paralisada, é condição básica de sobrevivência para essas populações.
Na gravação, também é reforçado que a maioria das Terras Indígenas sofre invasões, impacto de obras e, frequentemente, os índios colhem os resultados perversos do que acontece fora de suas terras, nas regiões que as cercam: poluição de rios por agrotóxicos, desmatamentos etc. O vídeo informa ainda que apesar disso, em algumas regiões do Brasil, quase tudo o que sobrou da cobertura vegetal nativa se encontra no interior das Terras Indígenas e das Unidades de Conservação.
A campanha é organizada pelo Uma Gota no Oceano em apoio à Mobilização Nacional Indígena, que é coordenada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A campanha também conta com a parceria de organizações da sociedade civil como Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o Centro de Trabalho Indigenista (CTI), o Greenpeace, Fundo Socioambiental CASA e Jequitibá, além do ISA.
Para ver o vídeo, assinar a petição e ter mais informações, acesse a plataforma da campanha.
Uma gota no oceano – uma rede do e para o bem
Uma Gota no Oceano é uma plataforma de informação, conscientização e engajamento criada por um grupo de profissionais de comunicação, artistas e personalidades que reúne as principais instituições ligadas à defesa do meio ambiente e diretos humanos, como o Greenpeace, SOS Mata Atlântica, Anistia Internacional e ISA, entre outros.
A iniciativa tem por missão apoiar o cidadão como agente transformador da sociedade, por meio de informação consistente, independente e atraente. A plataforma, com dinâmica de uma rede social, fará a divulgação e promoção de questões sociais e ambientais, construindo um novo olhar para as questões que definem o nosso futuro através da curadoria dos três "is": informação, iniciativas e instituições.
A primeira campanha, Tamuaté-aki, é parte de um vídeo provocador e divertido que pretende inspirar a sociedade a conhecer os povos indígenas, seus anseios, dilemas e desafios. Na plataforma, a campanha terá um hot site com especialistas respondendo as principais questões em torno dessa causa.