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A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) divulgou nota em que denuncia o atentado cometido contra moradores, na sexta (16/11), durante invasão à Terra Indígena (TI) Jurubaxi-Téa, no Alto Rio Negro, extremo noroeste do Amazonas. O índio baré Arlindo Nogueira levou um tiro de um policial depois que um grupo de pessoas invadiu a comunidade Tabocal do Uneuixi.
De acordo com a Foirn, o crime aconteceu depois que Nogueira e outros vigilantes da TI foram ignorados ao pedir que um barco da empresa Amazon Sport Fishing parasse para conversar no Rio Uneixi. Os indígenas pretendiam avisar que a embarcação estava invadindo a TI e pedir para que os invasores se retirassem. Diante da reação deles, os índios tomaram um dos botes amarrados ao barco e seguiram para sua comunidade. Parte do grupo de invasores, formado por um empresário, dois policiais civis, um policial militar e turistas, dirigiu-se à aldeia. Os policiais estavam armados de metralhadora e pistolas.
"O próprio empresário deu voz de prisão aos indígenas, gritando que eram autoridades federais, conforme comprovam registros de áudio feitos pelas lideranças indígenas. O empresário e os policiais chegaram a ameaçar mulheres e crianças da comunidade. Os policiais dispararam para o chão e contra a escola, fazendo com que as crianças e mulheres fugissem para o mato. Diante da agressão, o vigilante e liderança indígena Arlindo Nogueira tentou segurar a metralhadora de um dos policiais e foi atingido no braço. Os policiais e o empresário deixaram a comunidade sem prestar nenhum socorro ao homem baleado. Arlindo foi removido pelos próprios parentes ao hospital mais próximo, na sede do município de Santa Isabel", informa a nota da Foirn.
O despacho do presidente da Funai aprovando os estudos de identificação da TI Jurubaxi-Téa foi publicado no dia 19/4/2016 no Diário Oficial da União e no dia 25/07/2016 no Diário Oficial do Amazonas. A TI foi declarada em setembro de 2017. Nesse meio tempo, não houve nenhuma contestação à TI por parte de eventuais contrariados. As comunidades da área participam de um projeto de turismo de pesca comunitário pioneiro que pretende ordenar as atividades de turismo, garantir a preservação ambiental e gerar emprego e renda para os índios. Tudo com aval e participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério Público Federal (MPF).