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A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) votou na noite desta quarta-feira (14/10) os destaques do governo ao texto substitutivo do Projeto de Lei (PL) 529/2020, enviado à Casa pelo governador João Doria (PSDB). Em decisão unânime, parlamentares rejeitaram a extinção do Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), da Fundação para o Remédio Popular “Chopin Tavares de Lima” (Furp), da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp) e do Instituto de Medicina Social e de Criminologia (Imesc).
O PL havia sido aprovado na madrugada de terça para quarta, em votação apertada. O governo conseguiu reunir o número mínimo de votos para a aprovação após recuar da extinção dos órgãos listados acima. Além disso, Doria garantiu que não retiraria recursos das universidades estaduais e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Saiba mais sobre o processo de aprovação do PL 529
“A gente teve uma vitória significativa com a não extinção do Itesp, mas por outro lado foi uma perda muito grande. Extinguiu outras autarquias que eram importantes para os setores mais pobres da sociedade paulista. Na minha avaliação, a gente perdeu”, afirmou Denildo Rodrigues, coordenador da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). Veja no box as empresas, instituições e autarquias extintas.
A unanimidade, ontem, na votação do destaque não significa concordância com as demais propostas do PL. A deputada Érica Malunguinho (PSOL), por exemplo, votou a favor do destaque afirmando que se trataria de uma “redução de danos”. As outras seis instituições, autarquias e empresas públicas foram extintas sem que fosse possível votar as 623 emendas ao projeto apresentadas por parlamentares de diversos partidos.
Por uma manobra regimental do presidente da Alesp, o deputado Cauê Macris (PSDB), questionada por parlamentares de partidos como PT, PSOL e Novo, as 623 propostas de emenda foram excluídas do processo de votação. Essas e outras manobras regimentais devem ser questionadas judicialmente, segundo anunciaram parlamentares após o encerramento da votação de ontem.
“O Itesp não foi formalmente extinto, mas corre um grande risco de ser sucateado e ficar sem recursos. A Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada em julho pela Alesp não prevê recursos ou metas para titulação dos territórios quilombolas. Seguimos com o desafio de fazer com que o Itesp faça seu trabalho”, alertou o assessor jurídico do ISA Fernando Prioste.
Em vídeo gravado após a votação, integrantes da Bancada Ativista (PSOL) denunciaram que não há orçamento definido para as quatro instituições que o governo pretendia extinguir no PL.
O Itesp é responsável pela regularização fundiária dos quilombos, apoio à promoção de políticas públicas para as comunidades quilombolas e assistência técnica à agricultura familiar no estado, além de atuar na regularização fundiária urbana. O Itesp atuou no reconhecimento de 36 das 50 comunidades quilombolas existentes no estado de São Paulo, beneficiando com isso 1.547 famílias.
Fundação Parque Zoológico de São Paulo
Instituto Florestal
Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU)
Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo S. A. (EMTU/SP)
Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN)
Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (DAESP)