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Isolados em perigo: desmatamento na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau dobra em junho

Boletim Sirad-Isolados, do ISA, registrou 57,6 hectares de floresta destruídos no mês — um aumento de 111% em relação a maio
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Por Giovanna Costanti

Os territórios com presença de povos indígenas isolados no Brasil continuam sob forte ameaça, sobretudo a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, segundo alerta do último Boletim Sirad-Isolados, do Instituto Socioambiental (ISA). O desmatamento na TI, localizada em Rondônia, dobrou em junho. Foram desmatados 57,6 hectares de floresta em apenas 30 dias, um aumento de 111% em relação ao mês de maio.



Por meio de imagens de alta resolução do satélite Planet, o monitoramento do ISA identificou o avanço dos invasores em locais próximos às margens do território, algo que tem se repetido em outras terras indígenas.

A Uru-Eu-Wau-Wau, declarada em 1985 e homologada em 1991, compreende parte do território dos povos Uru-Eu-Wau-Wau ou Jupaú, dos Amondawa e dos Oro Win. Nela, também vivem ao menos outros três grupos indígenas que permanecem isolados.

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As invasões acontecem para a ocupação fundiária irregular, destinada à retirada de recursos naturais como madeira e minerais. Com isso, a terra indígena tem ao menos 15 mil hectares ao norte, entre os rios Nova Floresta e Jamari, destruídos pelo desmatamento e invadidos por fazendas.

Além da situação na Uru-Eu-Wau-Wau, o monitoramento também destacou o cenário na segunda terra indígena mais desmatada, a Araribóia, localizada no Maranhão. Houve duas invasões identificadas nas margens da área demarcada. Apesar de o desmatamento na TI Araribóia ter diminuído no último mês, ele segue avançando de forma contínua.

Desde agosto de 2020, uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, pede que o governo federal apresente um plano de retirada de invasores de algumas TIs, entre elas a Araribóia. Até o momento, porém, as autoridades não apresentaram um plano ou medidas que atendam às determinações.

Piripkura

Um novo foco de desmatamento também foi identificado na Terra Indígena Piripkura, com 122 hectares de floresta derrubada a menos de um metro do limite do território.

Apesar de uma operação de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em junho, a floresta e os isolados da Piripkura seguem em perigo. Desde janeiro de 2021, uma área equivalente a dois mil campos de futebol (2.132 hectares) foi desmatada.

Na operação do Ibama, foram apreendidas três motosserras e três acampamentos foram queimados. Seis autos de infração contra os invasores somaram R$ 10,8 milhões em multas. Além disso, houve um embargo de uma área de 2.124,6 hectares, mas ninguém foi preso.

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