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Definido pelo antropólogo e sociólogo francês Bruno Latour, professor do Institut d'Études Politiques (Sciences Po) de Paris como uma “ducha gelada”, o livro, da professora de filosofia Déborah Danowski e do etnólogo e sócio-fundador do ISA Eduardo Viveiros de Castro, trata dos diferentes modos pelos quais as culturas humanas, especialmente a cultura contemporânea, imaginam o fim do mundo.
Já o mundo é o tema do colóquio, que reunirá mais de 30 especialistas do mundo inteiro para tratar da grave crise ecológica planetária. Essa crise, causada por atividades humanas, inclui as mudanças climáticas e vem trazendo consequências devastadoras, que se acumulam com rapidez cada vez maior.
Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins, uma co-edição do ISA com a Editora Cultura e Barbárie, é uma tentativa de levar a sério os discursos atuais sobre o “fim do mundo”, tomando-os como “experiências de pensamento acerca da virada da aventura antropológica ocidental para o declínio”. Os autores, assim, encaram de frente a crise ambiental que se evidencia e se agrava a cada dia, prenunciando um cada vez mais provável colapso civilizacional que atingirá a todos, inclusive aqueles povos e culturas que não estão na origem dessa crise, como os povos indígenas. Sem falar, é claro, das várias outras espécies que já se extinguiram ou estão ameaçadas de extinção devido a alterações ambientais causadas atividades humanas predatórias.
Os autores contam em nota que a ideia do livro foi apresentada pela primeira vez em Toulouse, na França, no dia 21 de dezembro de 2012 – o dia em que anunciaram e garantiram que o mundo iria se acabar, de acordo com um suposto calendário Maia. A publicação agora lançada é uma versão atualizada e aumentada do ensaio “L’arrêt de monde”, publicado na coletânea De l’univers clos au monde infini (Do universo fechado ao mundo infinito), organizada pela filósofa francesa Emilie Hache, e lançada em junho de 2014 pelas edições Dehors.
Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins será lançado em 18 de setembro, quarta-feira, às 18h00, na Livraria da Travessa, em Botafogo (RJ), à Rua Voluntários da Pátria , 97. E já está venda na loja do site do ISA.
Colóquio
Já o colóquio, o primeiro do gênero a se realizar no país, mostra sua importância por colocar as mudanças climáticas na pauta das Ciências Humanas e Sociais, trazendo filósofos, antropólogos, cientistas naturais, historiadores e críticos literários para o debate. "As mudanças que estão ocorrendo no planeta são sérias demais para serem deixadas apenas nas mãos dos climatologistas e dos cientistas que estudam o Sistema Terra. Além destes, é preciso que os cientistas humanos, e mais ainda que todos os humanos, se ocupem e se preocupem com o que está acontecendo", avalia Viveiros de Castro.
Entre os conferencistas que participarão do colóquio, que ocorrerá de 15 a 19 de setembro na Casa de Rui Barbosa, rua São Clemente, 137, em Botafogo, estão pesquisadores de renome como Bruno Latour e Isabelle Stengers, entre vários outros. Ailton Krenak, liderança do povo Krenak no Brasil, Márcio Santilli, do ISA, o pesquisador Antônio Nobre, do Instituto de Pesquisas da Amazônia, e o antropólogo Mauro Almeida, ambos sócios do ISA, também farão palestras. As conferências terão tradução simultânea e serão transmitidas pela internet em endereço ainda a ser divulgado, já que as vagas no local estão esgotadas.
Para a programação completa e demais informações sobre o colóquio, acesse http://osmilnomesdegaia.eco.br/sobre/