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Manifestação exige a retirada imediata dos ocupantes da Terra Indígena Yanomami

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No dia 18 de abril mais de 200 Yanomami se reuniram na região do Ajarani, na TI Yanomami, para protestar contra a morosidade no processo de retirada dos fazendeiros. Em 2012 a TI Yanomami completou 20 anos de homologação e não foi completamente desintrusada
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A manifestação foi convocada pela Hutukara Associação Yanomami e reuniu indígenas de seis regiões da TI Yanomami. O processo administrativo de pagamento das benfeitorias para a retirada dos fazendeiros da TI Yanomami foi finalizado pela Funai em outubro de 2012 e as indenizações foram depositadas em abril desse ano para aqueles que tiveram as benfeitorias consideradas de boa fé. Mesmo com o dinheiro disponível para os ocupantes, a Funai não tem previsão de retirada dos fazendeiros. Durante a manifestação, os Yanomami cobraram a retirada imediata dos ocupantes de sua terra (leia carta da Hutukara para à presidenta da Funai).

Pintados de preto e vermelho, os Yanomami saíram da aldeia Serrinha, portando arcos e flechas e entoando cantos tradicionais. Caminharam pela Perimetral Norte até o Igarapé Trinta, que serve como limite da Terra Indígena. Ali, o presidente da Hutukara Associação Yanomami e funcionário da Funai, Davi Yanomami, fixou uma placa oficial indicando o início da TI Yanomami.

A Hutukara aproveitou a oportunidade para divulgar uma carta pública explicando porque a retirada dos fazendeiros do Ajarani é uma prioridade para o povo Yanomami. Leia a carta na íntegra

A região do Ajarani

O Ajarani é a região da TIY que foi mais afetada pelas obras da rodovia BR-210, a Perimetral Norte, nos anos 70. Até então os Yanomami haviam mantido um contato intermitente com a sociedade envolvente. Com o início das obras da BR-210, que penetraram a região entre 1973 e 1976, seu território foi invadido por trabalhadores, deslocados pela construtora Camargo Corrêa, responsável pela construção da estrada. Não houve medidas para a imunização dos Yanomami, e nenhum controle da saúde destes operários, o que resultou em um processo de epidemias de gripe e sarampo que dizimaram 80% da população da região. Advieram os problemas do alcoolismo, prostituição, e mendicância, resultando num dramático caso de desestruturação social – com aldeias inteiras reduzidas a pequenos grupos vivendo à margem da estrada.

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