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A cidade de São Paulo ganhou um novo alento para os sabores brasileiros. Estão sendo abertos neste mês de março quatro novos boxes do Mercado Municipal de Pinheiros, focados em ingredientes de diferentes biomas do Brasil, que ficarão sob a curadoria do Instituto ATÁ em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), o Instituto Auá, a Central do Cerrado e o grupo Quintana. O Mocotó Café, aberto em janeiro, também faz parte do projeto.
As seis organizações formam um coletivo, que desenvolve diversos projetos com comunidades locais e tradicionais aliados à valorização dos ingredientes nativos. A ideia é facilitar o caminho para que os produtos estejam disponíveis no Mercado de forma qualificada, com preço justo e respeitando as peculiaridades de cada região.
O espaço da área comum também será utilizado para cursos, demonstrações e degustações, além de manifestações artísticas, como pocket shows, teatro, intervenção de artistas plásticos e designers, trazendo ainda mais atrativos para o novo momento deste centenário equipamento público. “Chegamos para unir forças com os comerciantes que estão lá desde a fundação do espaço e que já são em si uma grande atração para o público gastronômico da região”, explica o chef Rodrigo Oliveira, do Mocotó Café.
Fortalecer a cadeia do alimento
O projeto do Instituto ATÁ no Mercado de Pinheiros atua em várias frentes. Um de seus principais objetivos é trazer luz à rica biodiversidade do Brasil, que se traduz em um leque sem-fim de ingredientes, repletos de aromas e sabores desconhecidos de grande parte de nossa população.
Outro objetivo é fortalecer a ponta da cadeia, contribuindo para que esse grupo de pequenos produtores, artesãos e comunidades se estruturem e sejam remunerados de maneira justa, tornando seus negócios sustentáveis economicamente, e facilitando sua entrada no competitivo mercado paulistano. O papel de todas as organizações envolvidas é de construir pontes entre o consumidor e o pequeno produtor, buscando encurtar o caminho do campo à mesa.
Como não haverá intermediários em todo o processo, os boxes se consolidarão também como um grande showroom, possibilitando outros negócios para as comunidades, os artesãos e os pequenos produtores. A expectativa é que os boxes sejam um estímulo para o comércio de varejo e um incubador de negócios para esses produtos. Seja com chefs e restaurantes que ali terão acesso a produtos vindos de locais distantes, seja para outros pontos de venda, com empórios e restaurantes. O projeto pretende ser o ponto de partida para uma rede que se estenderá por toda a cidade.
O chef Alex Atala, do Instituto ATÁ, acredita que criar uma demanda para esses produtos, apresentando-os ao público consumidor, e tornar viável o uso dos ingredientes brasileiros não apenas em suas regiões de origem é também uma poderosa ferramenta de preservação do meio ambiente.
Termo de Cooperação
O projeto dos boxes focados nos biomas do Brasil faz parte de um novo momento do Mercado Municipal de Pinheiros, que passa por um processo de revitalização com reformas estruturais, melhorias e um calendário de atividades educativas e culturais para o ano.
Ali, no tradicional espaço, localizado no Largo da Batata, firmou-se um termo de cooperação entre o Instituto ATÁ e a Prefeitura de São Paulo para um projeto inovador. A entidade, composta por lideranças de diferentes setores, como o chef Alex Atala (Grupo D.O.M.), Beto Ricardo (Instituto Socioambiental) e Roberto Smeraldi (Oscip Amigos da Terra – Amazônia Brasileira), com o prefeito Fernando Haddad e o secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, Artur Henrique, formalizaram o acordo que permite à entidade ocupar e administrar cinco boxes do Mercado e também desenvolver ações que promovam o fortalecimento da cadeia produtiva do alimento.
A iniciativa, da Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE), por meio da Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional (Cosan), faz parte do programa Fortalecimento da Diversidade Gastronômica na Cidade de São Paulo, pela valorização de ingredientes da cozinha brasileira.
“O Mercado Municipal de São Paulo, o Mercadão, reflete perfeitamente a diversidade cultural paulistana, mas ainda falta um espaço que represente nossos sabores nativos. A ideia é que o Mercado Municipal de Pinheiros ocupe essa lacuna e se torne uma embaixada do ingrediente brasileiro”, explica o chef Alex Atala.
Trazer produtos que representem os diferentes biomas e priorizar ações que valorizem o pequeno produtor e fortaleçam a cadeia do alimento serão prioridades no projeto do Instituto ATÁ para a parceria. “Queremos que o Mercado de Pinheiros se torne uma extensão da rota turística que vai ao Mercadão e que o público venha de metrô e de bicicleta”, afirma Alex Atala.
Conheça alguns produtos que serão comercializados nos novos boxes do Mercado de Pinheiros
Bioma Amazônia / Mata Atlântica (Instituto ATÁ)
- Tucupi
- Molho de tucupi preto
- Maniva precozida
- Mini-arroz do Vale do Paraíba
- Farinha piracuí
- Farinha de milho biju
- Cachaça de jambu
- Cumaru
- Açúcar aromatizado com cumaru
- Aviú
- Queijo marajoara
- Doce de cupuaçu
- Farinha d’água
- Feijão manteiguinha
- Geleia de jambu
- Geleia de priprioca
- Polpa de bacuri
- Polpa de murici
- Polpa de taperebá
Bioma Amazônia / Mata Atlântica (Instituto Socioambiental)
- Pimenta baniwa
- Mel dos Índios do Xingu
- Castanha do Pará
- Farinha de mesocarpo de babaçu
- Farinha de mandioca (Mata Atlântica)
- Banana chips (Mata Atlântica)
- Taiada (Mata Atlântica)
- Rapadura (Mata Atlântica)
- Óleo de Pequi
- Pimenta do Xingu. Ainda não disponível
- Azeite de castanha. Ainda não disponível
- Óleo de babaçu. Ainda não disponível
- Cerâmica Baniwa
- Cerâmica Yudja
- Cerâmica Wauja
Bioma Mata Atlântica (Instituto Auá)
- Cachaça curtida com cambuci, com pelo menos 400 anos de tradição no alto da Serra do Mar de São Paulo
- Xarope de cambuci, com tradição centenária na região, sendo excelente expectorante
- Licores de grumixama, araçá, cambuçá, pitanga e outras nativas, produzidos em Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo
- Paleta de uvaia artesanal da marca Empório Mata Atlântica
- Geleias de Cambuci, Uvaia, Juçara e outras nativas, de diversos produtores da Serra do Mar Paulista
- Antepastos, molhos e chutney à base de Cambuci
- Granola com juçara, produto exclusivo de São Luiz de Paraitinga
- Mudas de cambuci, grumixama e araçá
- Cambuci congelado da Rota do Cambuci
Bioma Cerrado/Caatinga (Central do Cerrado)
- Óleos vegetais (babaçu, pequi, macaúba)
- Farinhas (jatobá, babaçu e buriti)
- Castanhas como a de baru e pequi
- Geleias, licores, doces e polpas de frutas nativas do Cerrado e da Caatinga
- Artesanatos de Capim Dourado
- Tecelagens com pigmentos naturais e outros produtos associados ao modo de vida dos agroextrativistas
- Produtos das Mulheres Quebradeiras de Coco de Babaçu, que possuem uma relação muito forte com as matas de cocais ou babaçuais de onde tiram inúmeros produtos para seu sustento e possuem uma luta muito forte em defesa do direito a suas terras e territórios e contra a grilagem de terras.
Bioma Pampas (Marcos Livi/Quintana)
- Mel branco de Cambará do Sul
- Pimentas de Turuçu
- Charque de gado de Santana do Livramento
- Charque de cordeiro feito pelo chef Márcio Avilla, de Pelotas
- Artesanato em nó de pinho, lascas de araucária, lã de ovelha
- Carne de ovelhas crioulas do Projeto Monã
- Sucos de frutas nativas, como butiá
- Arroz cachinho, de Sentinela do Sul, uma semente quase crioula, esquecida por 100 anos e agora novamente sendo resgatada e gerando uma nova fonte de renda para uma associação de 23 produtores. Disponível apenas em maio.
Bioma Caatinga (Mocotó)
- Manteiga de garrafa
- Pimentas
- Farinhas
- Cachaça
- Rapadura
- Tapioca
- e pratos típicos nordestinos
Sobre o Instituto ATÁ
O Instituto ATÁ é a primeira entidade brasileira a se dedicar exclusivamente à relação do homem com o alimento. Iniciativa de um inédito e diverso grupo de lideranças da sociedade civil e do mundo empresarial, incluindo nomes como o chef Alex Atala, Beto Ricardo (Instituto Socioambiental) e Roberto Smeraldi (Amigos da Terra, Amazônia Brasileira), a missão do Instituto é “aproximar o saber do comer, o comer do cozinhar, o cozinhar do produzir, o produzir do ambiente”. Nesse quadro, procura valorizar e fortalecer a diversidade de territórios e saberes, o ato de se alimentar como fator integrante da cultura, as melhores práticas de sustentabilidade na produção e no consumo, a limitação de perdas e desperdício, a qualidade e identidade das cozinhas do Brasil no mundo, a segurança alimentar e nutricional, a tecnologia e inovação na produção, transformação e distribuição do alimento e a valorização de negócios de base familiar e comunitária. Entre os projetos de destaque da entidade estão: a marca Retratos do Gosto, a Pimenta baniwa (em parceria com o ISA), o projeto Gastronomia nos Presídios, os arrozes especiais do Vale do Paraíba, mel de abelhas nativas, cogumelos comestíveis brasileiros, Galinhadas beneficente
s e outros. Mais informações em: www.institutoata.org.br | www.facebook.com/institutoata.
Sobre o Instituto Socioambiental
O Instituto Socioambiental (ISA) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e há mais de 20 anos defende uma perspectiva socioambiental para o Brasil, buscando uma relação mais equilibrada entre sociedade e natureza, com ênfase na defesa dos direitos das comunidades tradicionais e dos povos indígenas. Nesta trajetória, o ISA desenvolve programas e projetos em diferentes regiões do Brasil, como no Xingu, no Vale do Ribeira e na Bacia do Rio Negro, territórios que funcionam como nossas raízes, ao mesmo tempo que atuamos na agenda política nacional dos principais temas socioambientais.
Mais informações em www.socioambiental.org | https://www.facebook.com/institutosocioambiental
Sobre o Instituto Auá
O Instituto Auá de Empreendedorismo Socioambiental é uma ONG com quase duas décadas de existência, atuando com o propósito de valorização do potencial humano e fortalecimento de empreendimentos para a sustentabilidade. A frente de agroecologia do Instituto Auá investe em formas de cultivo que respeitam a natureza, a terra e o agricultor, com ênfase nos produtores familiares da Serra do Mar (dentro do Cinturão Verde de São Paulo) e na estruturação da cadeia de frutos nativos por meio de um Arranjo Produtivo Sustentável. Sempre com base no comércio justo que reverte em renda para a agricultura familiar e a valorização de empreendimentos locais. A ONG atua com quatro grandes empreendimentos socioambientais: a Aldeia Educadora, a Banca Orgânica, a Rota do Cambuci e a Agência de Ecomercado, do qual o Empório Mata Atlântica é uma das iniciativas, fazendo o elo entre os produtores locais e os consumidores finais, realizando a distribuição de produtos nativos do bioma, como o Cambuci. Mais informações em www.aua.org.br | www.facebook.com/ahpce.
Sobre a Central do Cerrado
A Central do Cerrado é uma central de cooperativas que promove e comercializa produtos de cerca de 50 organizações de 10 estados brasileiros que desenvolvem atividades produtivas a partir do uso sustentável da biodiversidade do Cerrado e da Caatinga. Funciona como uma ponte entre produtores comunitários e consumidores, além de promover a divulgação e inserção dos produtos comunitários de uso sustentável do Cerrado nos mercados locais, regionais e internacionais. A Central do Cerrado serve também como centro de disseminação de informações, intercâmbio e apoio técnico para as comunidades na melhoria dos seus processos produtivos, organizacionais e de gestão. Tem como objetivo a manutenção da diversidade ambiental e cultural associadas aos Meios de Vida Sustentáveis por meio do fortalecimento das iniciativas produtivas comunitárias que conciliam conservação ambiental e cultural com geração de renda e desenvolvimento local. Mais informações em: www.centraldocerrado.org.br.
Sobre Marcos Livi
Profundo conhecedor dos sabores de seu Estado de origem, o Rio Grande do Sul, Marcos Livi é um grande defensor daquela cozinha. Formado cozinheiro chef internacional pelo SENAC, abriu em São Paulo os bares Veríssimo e Quintana, reconhecidos como verdadeiras embaixadas daquela região na cidade. É responsável pela curadoria do Bioma Pampa no projeto do Instituto ATÁ no Mercado de Pinheiros. Mais informações em: www.quintana.bar.
Sobre Mocotó
Sob o comando do premiado chef Rodrigo Oliveira, o Mocotó hoje conta com quatro empreendimentos. A primeira casa do grupo, o Mocotó, é a marca da parceria entre Seu Zé Almeida e Rodrigo Oliveira. Aberto em 1973, alia a tradição à inovação, reverenciando ícones da cozinha sertaneja, a cachaça, caipirinhas e cervejas artesanais. Instalado na Vila Medeiros, tornou-se um ponto turístico da cidade. O Esquina Mocotó, aberto em 2013, ao lado do Mocotó, é o espaço para a cozinha autoral de Rodrigo. Focado na cozinha paulista contemporânea, também é detentor de prêmios e elogios da crítica. O Mocotó Aqui é o food truck do Mocotó. Pronto para colocar o pé na estrada, o Mocotó Aqui possibilita provar as delícias do sertão nordestino em diferentes espaços e eventos. A mais nova empreitada do chef é o Mocotó Café. Instalado no Mercado de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, o café faz parte do projeto do Instituto ATÁ no Mercado, que busca resgatar e valorizar os ingredientes brasileiros. O cardápio enxuto contempla quitutes como cuscuz, tapioca, pães artesanais, cafés especiais e uma seleção dos clássicos da casa na hora do almoço. Mais informações em www.mocoto.com.br.
Mercado Municipal de Pinheiros
Rua Pedro Cristi, 89, Pinheiros
Horário de funcionamento: segunda a sábado, das 8h às 18h. Fecha aos domingos.
Informações à imprensa Instituto ATÁ e chef Alex Atala
Giuliana Bastos
imprensa@domrestaurante.com.br - Cel. (11) 99426-6973
Guilherme Umeda
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Informações à imprensa Mercado Municipal de Pinheiros
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