Essa é a versão antiga do site do ISA que ficou no ar até março de 2022. As informações institucionais aqui contidas podem estar desatualizadas. Acesse https://www.socioambiental.org para a versão atual.
São 16 opções entre vatapás, bolos, pães, tortas, biscoitos e manjares. Pratos doces ou salgados, todos fáceis de preparar e disponíveis de maneira gratuita no livreto Receitas com Farinha de Babaçu (clique aqui para baixar), assinado pelo co-fundador do Instituto ATÁ, Alex Atala, pela chef de cozinha natural Bela Gil e pela nutricionista Neide Rigo.
A publicação, realizada pelas associações extrativistas da Terra do Meio (PA) e pelo Instituto Socioambiental (ISA), dá continuidade à campanha Da Floresta para a Merenda! (relembre aqui), que levou às escolas municipais da região de Altamira (PA), às margens do rio Xingu, a versatilidade e o valor nutricional da farinha de babaçu.
A farinha de babaçu "Vem do Xingu" é beneficiada nas miniusinas multiprodutos da Rede de Cantinas da Terra do Meio, e é fruto do trabalho das comunidades ribeirinhas das Reservas Extrativistas Rio Iriri, Riozinho do Anfrísio e Xingu, dos agricultores do Projeto Sementes da Floresta e do povo Arara da Terra Indígena Cachoeira Seca, no Pará.
Nos dois primeiros meses do ano, mais de 8.500 hectares de floresta, o equivalente a 10 milhões de árvores, foram derrubados na bacia do Xingu. O avanço da agropecuária, grilagem e abertura de estradas ilegais explicam esses índices, que superaram em 54% o total desmatado no mesmo período em 2018, quando foram detectados pouco mais de 5 mil hectares.
Tantos as reservas extrativistas como a terra indígena sofrem com o impacto direto da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, com o roubo de madeira e com o desmatamento ilegal. A região foi palco de intensa grilagem entre os anos 1990 e 2000, e a estruturação das cadeias produtivas, como a do coco babaçu, é um importante mecanismo de valorização, manejo e proteção do território por parte das comunidades.
A farinha do coco babaçu hoje está nas merendas de crianças de escolas municipais da região de Altamira (PA) e nas casas de moradores das cidades da região. A entrega de 4,5 toneladas do produto entre 2017 e 2018 para as prefeituras do Médio Xingu fortalece o trabalho de indígenas e ribeirinhos e leva o Selo Origens Brasil® (saiba mais), iniciativa que garante relações comerciais éticas e transparentes entre empresas e comunidades.
Para Bela Gil, a farinha de babaçu é "superprática, versátil na cozinha". "Ela substitui muito bem o amido de milho para engrossar caldos e sopas. Dá para fazer mingau, bolos e pães. Enfim, é maravilhosa."
"A farinha de babaçu é um presente da floresta. É um produto limpo, sem agrotóxicos com várias utilizações em doces e salgados. E faz bem para quem produz e para a floresta", disse Alex Atala.
E, segundo Neide Rigo, a farinha de babaçu "é rica em ferro, rica em fibras solúveis, tem taninos, além de fibras e minerais que outros amidos puros não têm."
Assista aos vídeos com as receitas.
Biscoito, mingau, panquecas e sobremesa.
Vatapá de frango
A prefeitura de Vitória do Xingu (PA), principal compradora da farinha de babaçu da Terra do Meio, realiza até o fim de maio de 2019 um concurso com as merendeiras das escolas municipais. Ao todo, são 25 inscritas, que apresentarão seus pratos a uma comissão julgadora do município.
A Farinha de Babaçu Vem do Xingu está à venda em Altamira (PA) nos seguintes endereços: Supermercado Milênio, Supermercado Primavera, Dom Leitão, Zion Café, Restaurante Aquarius. Em Belém (PA), ela pode ser encontrada na loja de produtos socioambientais do Instituto Peabiru.
Em São Paulo (capital), ela pode ser encontrada no box Amazônia e Mata Atlântica do Mercado de Pinheiros, no Instituto Feira Livre e no Instituto Chão.
Além desses endereços, a loja online do Instituto Socioambiental entrega para todo o país. Acesse: loja.socioambiental.org