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O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza hoje, segunda (18/4), das 14h às 18h30, uma audiência sobre aquele que pode ser considerado o mais importante julgamento da história do Direito Ambiental no Brasil. O evento irá discutir as quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) apresentadas pela Procuradoria Geral da República (PGR) e o PSOL que tramitam na corte contra a Lei 12.651/2012, que revogou o antigo Código Florestal.
A norma é a mais importante ou uma das mais importantes leis ambientais do País, regulando a conservação e recuperação da cobertura vegetal em mais de cinco milhões de propriedades rurais e em boa parte das cidades também. O julgamento das ações ainda não tem data para ocorrer.
Qualquer pessoa poderá acompanhar o evento na sede do tribunal, com acesso sujeito à lotação do auditório. A discussão também será transmitida pela TV Justiça e pela Rádio Justiça.
O ISA encabeçou o grupo de organizações da sociedade civil que, no ano passado, pediu a realização do debate ao ministro Luiz Fux, relator das ações. A audiência vai ocorrer na sala de sessões da 1ª Turma do STF, no 3º andar do Anexo II da corte.
De acordo com despacho de Fux, o evento pretende dar voz a órgãos estatais, organizações da sociedade civil e especialistas envolvidos com o tema. Cada expositor terá dez minutos para se manifestar. Os participantes devem "esclarecer questões técnicas a respeito da aplicação da legislação florestal em áreas rurais e urbanas e suas consequências econômicas e ambientais, sobretudo à luz da experiência nacional e internacional sobre a matéria", de acordo com o ministro (confira a programação da audiência).
O ISA e outras organizações da sociedade civil tornaram-se parte nas ADIs depois que encaminharam ao STF uma manifestação conhecida como amici curiae, pela qual passaram a integrar o processo em defesa das ADIs. Fazem parte do grupo, além do ISA, Mater Natura, a Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) e a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), que representa mais de 120 organizações de 17 estados.
As entidades ambientalistas argumentam que a nova lei estimula o desmatamento e impede a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) às margens de nascentes e rios. Segundo os cientistas, a destruição dessa vegetação é responsável pelo agravamento da crise hídrica e energética.
As ADIs pedem a anulação dos dispositivos da nova lei que anistiaram produtores rurais que desmataram ilegalmente APPs e Reservas Legais (RLs) até julho de 2008 (leia mais no box abaixo). Segundo estimativas, a área desmatada que deveria ter sido reflorestada, segundo a antiga legislação, foi reduzida, com a nova lei, de 50 milhões de hectares para 21 milhões de hectares, uma queda de 58% do passivo ambiental dos imóveis rurais no Brasil (saiba mais).
Audiência Pública sobre a Lei 12.651/2012
Data e horário: 18/4, segunda-feira, às 14h
Local: Sala de sessões da 1ª Turma do STF, no 3º andar do Anexo II, Praça dos Três Poderes, Brasília